Francisco Souto Neto nasceu a 2 de setembro de 1943 em Presidente Venceslau, SP, filho do jornalista e radialista Arary Souto e Dª Edith Barbosa Souto. Em 1948 seu pai transferiu-se para Ponta Grossa, PR, para assumir o cargo de diretor de redação do diário Jornal do Paraná, e onde Francisco cursou o 1º e o 2º ano do Primário. Em 1953 a família mudou-se para Campo Grande, MS, a convite do primo de Dª Edith, Wilson Barbosa Martins, para fundar um jornal. Em 1955 retornaram para Ponta Grossa, onde seu pai organizou a Rádio Central do Paraná, da qual foi diretor geral até seu falecimento em 1963, quando era presidente do Rotary Club local. Aos 15 anos Francisco teve a primeira experiência em escrever para um matutino, como colaborador da coluna social “Cortina de Seda”, no Jornal da Manhã, que era assinada por Fadlo Auak (heterônimo do Prof. Sebastião Nascimento Filho) e depois por uma misteriosa colunista com o pseudônimo de Belinda. Em seu espaço na Cortina de Seda, assinava sob o pseudônimo de “Mister X”. Estudou por quatro anos no Ginásio Ponta-grossense, e depois fez o Curso Científico no Colégio Regente Feijó.
Após o falecimento de seu pai, ingressou por concurso público no Banco do Estado do Paraná. A convite do amigo de seu genitor, o intelectual Faris Antônio Michaelle, Francisco passou a participar da diretoria do Centro Cultural Euclides da Cunha, e o poeta Deodoro Alves Quintiliano chamou-o para integrar a diretoria da União dos Trovadores do Brasil, Seção Ponta Grossa, que eram importantes instituições culturais na cidade.
Após dez anos trabalhando na agência Banestado, no começo dos anos 70 participou de um concurso interno para o cargo de inspetor e foi bem sucedido. Esse período de inspeções poderá ser encontrado na internet sob o título “Francisco Souto Neto + Dura vida de inspetor”. Ao princípio do Governo Jayme Canet Jr., meados da década de 70, um diretor do Banco convidou-o a assessorá-lo em Curitiba. Ao início de cada governo, um novo diretor sempre convidava Souto a prosseguir no mesmo cargo de confiança. E assim foi até que, terminado o Governo Ney Braga e o “mandato-tampão” de José Hosken de Novaes, assumiu o primeiro governador após a ditadura militar, eleito em sufrágio universal, José Richa.
Com o apoio do novo diretor Octacílio Ribeiro da Silva, do Governo Richa, Francisco começou a organizar e montar o Programa de Cultura do Banestado, que visava estimular as artes plásticas, a literatura (editando livros em prosa e poesia), a música, o teatro e o cinema. Ao mesmo tempo, a convite de Aroldo Murá, criou a coluna “Engenho & Arte” (título que posteriormente alterou para “Expressão & Arte”), no início ocupando meia página e depois página inteira do jornal, que foi publicada durante 10 anos. A certa altura, a coluna era veiculada ao mesmo tempo em três diferentes jornais, numa revista, e tornou-se um programa radiofônico na Rádio Estadual (a convite de René Ariel Dotti, apoio de Heron da Luz Trindade e de Sale Wolokita), que era um treinamento para que Francisco Souto Neto em seguida inaugurasse e apresentasse na Tevê Educativa (Estadual) o programa “Expressão & Arte”. Como Souto trabalhava no Banestado durante todos os dias úteis, essas atividades paralelas eram exercidas com o seu tempo disponível à noite e aos sábados e domingos.
Durante muitos anos participou como diretor ou conselheiro de órgãos oficiais ligados à Secretaria de Estado da Cultura. Nessa época chegou a assinar textos para a página dos editoriais da Gazeta do Povo, graças ao apoio do diretor do jornal, o saudoso Dr. Francisco Cunha Pereira Filho, de quem foi par de diretorias e de conselhos de algumas instituições, tais como o Conselho de Cultura da Telepar, a Sociedade dos Amigos dos Museus de Curitiba, e outras.
No Banestado, ao longo de vários governos, além de assessorar a diversos diretores, foi também assessor de dois presidentes: Edisson Elleri Faust e Carlos Antonio de Almeida Ferreira, verdadeiros mecenas. No terceiro mês do Governo Requião, com Heitor Wallace de Mello e Silva na presidência do extinto banco oficial do Paraná, aposentou-se em 1991, com apenas 47 anos – assim a Lei o permitia – para cumprir determinações de uma portaria interna, que exigia aos funcionários que se aposentassem aos 30 anos de carreira.
Entre 2007 e 2013, em coautoria com sua prima Lúcia Helena Souto Martini, escreveu a biografia – ainda inédita – de seu trisavô, o Visconde de Souto (1813-1880). Embora a obra permaneça inédita, teve capítulos publicados na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, e tornou-se um capítulo da série “Detetives da História”, apresentado pelo canal internacional The History Channel, que pode ser encontrado na internet ou diretamente no YouTube sob o título “O Elefante sem Identidade”.
Em 2014 foi-lhe outorgado o título de comendador. É membro da Academia de Letras José de Alencar, a cuja diretoria pertence, e onde ocupa a cadeira patronímica nº 26, de Emiliano Perneta. Seis blogs temáticos, envolvendo todas as suas publicações e citações a seu trabalho, em mais de 3000 textos, estão disponíveis na internet.