Darcy Nasser de Melo (2010) Direito – Calógeras – Paraná

Hoje, após mais de quarenta anos exercendo a magistratura e ter chegado à aposentadoria no cargo de Desembargador, sou advogado.
Em três de janeiro de 1934, nasci em Calógeras – Pr., hoje Distrito do Município e Comarca de Arapoti. Na época, juntamente com este último, o Distrito de Calógeras era pertencente à Comarca de Jaguariaiva.
Sou filho de Bráulio Rodrigues de Melo, falecido em 2001, e de Catarina Nasser de Melo, falecida em 2008.
Meu pai, além de muitas outras atividades na ampla área da agricultura e pecuária, era destacado suinocultor e, assim, um dos maiores fornecedores do antigo e tradicional Frigorífico Matarazzo, existente na época, na cidade de Jaguariaiva e com sede principal na cidade de São Paulo.
Sou casado com Terezinha de Jesus Corrêa de Melo e ambos temos cinco filhos: Bráulio Augusto, Denise Terezinha, Darcy Júnior, Marcelo César e Alexandre. Temos, ainda, cinco netos, todos eles muito queridos e amorosos: Marcos Vinicius, Júlio César, Raquel, Erick e Sofia.
Meus avós paternos, Teodoro Rodrigues de Melo, falecido em 1940, e Júlia Lopes de Melo, em 1965, viveram no meio rural. Meu avô Teodoro era próspero fazendeiro e proprietário de vasta área de terras nas imediações de Calógeras, localidade que, na época, se denominava São José do Paranapanema, sendo que a atual Comarca de Arapoti era um pequeno distrito chamado Cachoeirinha.
Meus avós maternos, Nicolau Abdala Nasser e Ana Nasser, viveram em Minas Gerais. Meu avô Nicolau era estrangeiro, natural da localidade de Hakur, no Líbano, e, ainda jovem, veio para o Brasil e passou a viver em Jacuí – MG, onde se casou com minha avó Ana e onde nasceu minha querida mãe Catarina. Mais tarde, vieram para o sul e passaram a residir em Perdizes – SC, que hoje possui o nome de Videira. Finalmente, vieram para o Estado do Paraná e aqui residiram em diversas cidades. Minha avó faleceu por volta de 1935 e meu avô faleceu na casa de meus pais, em Calógeras, no ano de 1966, com muito mais de cem anos de idade.
De meu pai e de minha mãe, com muitas saudades, guardo, na memória do meu coração, o carinhoso e inestimável amparo que sempre me deram, com muito amor, desde os primeiros bancos escolares, até a Universidade. Eles me deixaram os melhores exemplos de trabalho, dignidade e máximo respeito aos mais legítimos valores da sociedade, dando-me os rumos seguros, tanto familiares, como profissionais. Sigo, até hoje, com firmeza, todos esses exemplos.
Na minha longa caminhada, até aqui, sempre contei com a imensa e valorosa ajuda de minha querida esposa, Terezinha de Jesus Correa Melo, que amo muito, com quem me casei em nove de julho de 1960, em Conselheiro Mairink, Pr., e sem a qual nada teria conseguido alcançar, pois, em todos os meus passos, familiares e profissionais, ela, continuamente, esteve ao meu lado, dando-me integral apoio, segurança, alegria e muito amor. Conseguimos juntos essa incalculável riqueza, que são nossos cinco filhos já referidos, dos quais ambos sempre recebemos muito amor e carinho. Por essa minha devotada esposa tenho muito amor. Chegamos aos 59 anos de vida conjugal e somos muito felizes.
O primeiro, Bráulio Augusto Correa de Melo, é destacado médico de Curitiba, exercendo, com brilhantismo, essa nobre profissão. Ele e sua esposa Lúcia Bannach Jardim nos deram a neta Raquel Jardim de Melo, também médica, formada há pouco tempo, mas, já exercendo essa profissão com bastante competência.
Em segundo lugar, temos a filha Denise Terezinha Correa de Melo Krueger, que é Juíza de Direito da Comarca de Toledo, onde há vários anos exerce a judicatura, com muito zelo e de maneira exemplar, depois de ter passado por várias Comarcas. Ela e seu marido José Alberto Krueger Junior nos deram os netos Marcos Vinicius de Melo Krueger e Júlio Cesar de Melo Krueger, ambos já advogados.
O terceiro, Darcy Nasser de Melo Júnior, reside na cidade do Rio de Janeiro há mais de trinta anos, para onde foi estudar engenharia eletrônica, na PUC lá existente, e não mais regressou a morar em Curitiba. Constituiu uma linda família, casando-se com Alessandra Catanante Nasser de Melo. Dessa união nasceram meus netos Erick e Sofia.
O quarto, Marcelo Cesar Correa de Melo, além de excelente advogado, é músico notável, exímio guitarrista e compositor, o que o levou a dedicar-se exclusivamente à música. Casado com a advogada Marcela Cristofolini Correa de Melo, partiu para os Estados Unidos para estudar e aprofundar-se na sua especialidade. Já graduado em música pela University of North Texas (UNT), atualmente está cursando mestrado nessa mesma Universidade, com muito brilho.
E o quinto, Alexandre Correa Nasser de Melo, é brilhante advogado e, comigo, dirige o escritório Nasser de Melo – Advogados Associados. Ele e o advogado Ricardo Andraus fundaram a Sociedade Credibilità, especializada em Recuperações Judiciais, sendo esse escritório, na atualidade, um dos mais conceituados do país, em matéria de Administração Judicial de Falências e Recuperações Judiciais. É casado com a bioquímica Fernanda Nasser de Melo e têm uma sobrinha, Milena Franciosi, que é de nossa grande estima, sendo considerada por nós uma sexta neta.
Tenho cinco irmãos, pelos quais detenho profundo afeto. São eles: Sueli de Melo Andrade, João Nasser de Melo, Ana Aparecida Melo de Campos, Haifa Nasser de Melo Correa e Teodoro Nasser de Melo, com os quais mantenho contato permanente, sempre cercado de fraterna, contínua e feliz convivência, inclusive com todos os seus muitíssimos familiares, os quais também muito estimo.
Cursei o primário no Educandário Bom Jesus, em Jaguariaíva – Pr., e no curso ginasial, estudei no Colégio Cristo Rei, em Jacarezinho – Pr. Quando da conclusão do ginásio na referida cidade de Jacarezinho, mudei-me para Curitiba, a fim de estudar o 2º Grau e preparar-me para o curso superior.
Em Curitiba, ingressei na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, em 1955, na qual conclui o Curso de Direito em outubro de 1959, com a antecipação da colação de grau para o mencionado mês, em virtude da comemoração do centenário de nascimento do grande jurista Clóvis Bevilaqua, por decisão do então Diretor da Faculdade, Desembargador Ernani Guarita Cartaxo.
Durante o Curso de Direito, participei ativamente da política acadêmica, tanto junto ao Centro Acadêmico Hugo Simas, como junto à União Paranaense dos Estudantes, nesta sendo seu 1º Vice-Presidente, em chapa encabeçada por José Richa, que já fora meu colega de ginásio no já citado Colégio Cristo Rei e que, mais tarde, na vida pública, foi Deputado Federal, Senador e Governador do Estado, com grande projeção na política nacional.
Exerci a profissão de advogado no Norte Pioneiro, desde outubro de 1959, quando me formei em Direito pela Universidade Federal do Paraná, com escritório na cidade de Wenceslau Braz, deixando de advogar em julho de 1963, após ser aprovado no Concurso para Juiz Substituto. Nomeado para esse cargo, passei a exercê-lo no dia onze de julho de 1963, na comarca de Jacarezinho, judicando, nesta Comarca – sede da Seção Judiciária, e nas seguintes comarcas dessa Seção: Jacarezinho, Andirá, Cambará, Ribeirão Claro, Carlópolis e Siqueira Campos.
Nomeado para o cargo de Juiz de Direito, o exerci na função de titular das comarcas de Piraí do Sul, Laranjeiras do Sul, Bela Vista do Paraíso, Umuarama, Jacarezinho sendo, finalmente, promovido para Comarca Curitiba. Fui professor da Faculdade de Direito do Norte Pioneiro em Jacarezinho, por mais de sete anos, vindo a receber o título de Professor Emérito, dessa Faculdade.
Como juiz, tenho gratas recordações das Comarcas por onde passei. Porém, é com a Comarca de Jacarezinho que ainda mantenho laços profundos, pois, como já observei, além de ter nascido e passado minha infância no Norte Pioneiro, foi nesta querida região que fiz meus primeiros estudos, me casei e exerci minhas atividades no ramo do Direito, tendo Jacarezinho como marco principal dessas minhas atividades. Nessa cidade, como já dito, ingressei no curso ginasial, iniciei meu caminho de magistrado e nela ainda concluí essa carreira no interior do Estado, quando da minha promoção para a Comarca de Curitiba.
Ainda nessa mesma cidade viveram meus queridos sogros, Vitorino Correa e Judith Mendes Correa, com os quais, por muitos anos, convivi e mantive intensa relação de especial amizade, tal o carinho e o amor que sempre me dedicaram, considerando-me como um verdadeiro filho.
Aproveito para ressaltar a importância da cidade Jacarezinho não só no campo cultural, mas, também, na sua força em prol do progresso, constante e permanente, para o desenvolvimento do hoje próspero Norte do Paraná, notadamente na primeira metade do século passado.
Em 1979, pelo critério de merecimento, assumi a função de Diretor do Fórum da Comarca de Curitiba, como titular da Primeira Vara Cível, exercendo esse cargo por mais de cinco anos.
Para o segundo grau, também pelo critério de merecimento, fui nomeado juiz do Tribunal de Alçada, em 1984, no qual, em 1990, fui eleito seu Vice-Presidente, e, em 1991, seu Presidente.

Em agosto de 1993, deixando a Presidência do Tribunal de Alçada, cheguei ao tão esperado cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, passando a atuar na Segunda Câmara Cível e, em seguida, na Primeira Câmara Criminal.

Em dezembro de 1996, me elegi Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, para o biênio 97/98, tendo exercido o cargo de Presidente por longos períodos, chefiando o Poder Judiciário paranaense durante as necessárias viagens corporativas do então Presidente. Numa dessas ocasiões, no exercício da Presidência do Tribunal de Justiça, consegui, com o valioso e indispensável auxílio do eminente Desembargador Antônio Lopes de Noronha, projetar e transformar em Lei o “Funrejus”, que tantos benefícios têm trazido ao nosso judiciário.
Frise-se que, nos últimos anos, através do “Funrejus”, tem sido possível ao Poder Judiciário realizar, além de muitíssimas e importantes edificações, a construção e reforma de um grande número de Fóruns no interior do Paraná e na Região Metropolitana de Curitiba.
Como Vice-Presidente e Superintendente dos Juizados Especiais, expandi esses juizados por todo o Estado do Paraná, com a imprescindível ajuda do notável magistrado Dr. Roberto Portugal Bacellar, vindo, inclusive, a lançar a conhecida Operação Litoral, em quatorze de dezembro de 1997, contando, para esse importante empreendimento, além da ajuda do Dr. Roberto Portugal Bacellar, hoje Desembargador, também com a prestimosa colaboração do ilustre juiz Dr. Roberto Luiz Santos Negrão. Essa operação alcançou grande e contínuo sucesso, notadamente pela inarredável ajuda da gloriosa Policia Militar do Paraná.
Eu e minha esposa Terezinha gostamos, até hoje, de viajar, pelo Brasil e pelo mundo. Pelo Brasil, desde Macapá-AP até várias capitais do Sul, Sudeste e Centro Oeste. No exterior, conhecemos muitos países, como Estados Unidos, Israel, Marrocos, Portugal, Espanha, Holanda, França, Itália, Dinamarca, Alemanha, Suécia, Finlândia, Estônia, Rússia, México, Bahamas, Jamaica, relembrando que passamos por mais de 50 cidades no exterior.
Finalmente, preciso afirmar, que recordo e guardo na memória, com saudades, muitas e gratas recordações, de tantos acontecimentos que vivi e de pessoas que conheci, cuja lembrança a poeira do tempo jamais conseguiu apagar.
“As emoções não podem ser permanentes” (Osho, em Saúde Emocional, pag. 7, obra editada recentemente), mas, perenes e permanentes são as saudades, as recordações e o amor. Daí a importância da coleção Memórias Paraná, com a indagação: Quem é você?

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