Luiz Francisco Guil desenvolveu sua paixão pela história e pela literatura ouvindo os relatos de seu pai, Luiz Guil. Nas noites estreladas de Queimadas, pequeno povoado de Prudentópolis, este comerciante de origem polonesa reunia os filhos na varanda de casa e falava de sua crença de que lá nas alturas insondáveis havia vida inteligente. Luiz Guil era grande leitor de autores poloneses, como Henryk Sienkiewicz e Bruno Schulz. Lia e escrevia em polonês, e quando as seleções de futebol do Brasil e da Polônia jogavam, era para esta que ele torcia. Mas Luiz Francisco também aprendeu de sua mãe, Ana Justina (Pontarolo) Guil, não somente as primeiras letras, mas também a sutileza das relações interpessoais. Ela era professora em Queimadas e ensinou a ler e escrever seus oito filhos.
A sensibilidade de escritor em formação ordenava minuciar as matas, em busca das fontes, das orquídeas, dos ninhos de vespas, das mamangavas. Abrindo as leiras nas plantações de batata e cebola, amarrando o feijão no milho, carpindo a roça e alimentando porcos e cavalos, exercitando um sem-número de práticas manuais, formou-se uma “consciência do mato”, pequenos saberes que seriam determinantes da prática literária futura. Quando mudaram-se para a cidade, em janeiro de 1972, Luiz Francisco contava oito anos. A malandragem, os truques, as ironias, as lutas, as derrotas e as dores do contato urbano impunham a busca de uma saída que já vislumbrava nos livros e revistas oferecidos pelo pai. O outro mundo, aquele dos piratas, das viagens, dos romances, dos ventos, da delicadeza, da conversa refinada que somente os livros poderiam proporcionar.
Luiz Francisco Guil iniciou sete cursos acadêmicos: direito (UFPR), medicina (UFPR), artes plásticas (EMBAP), matemática, letras, história e pedagogia, estes quatro na Unicentro. Não obteve o diploma acadêmico, mas conheceu vários mestres que lhe ensinaram as sutilezas do texto: a constante busca das essências e de novas formas de contar, a busca da verdade no enfrentamento das contradições, o sentido de seguir adiante contra as paredes duras, a busca constante das fontes nos terrenos desérticos.
Aprendeu com Machado de Assis, Michel de Montaigne, Simone de Beauvoir, Platão e Aristóteles, Erica Jong, Henry Miller, Mário Quintana, Mann, Schopenhauer, Nietzsche, Jung. Também teve grande influência de Lennon, Cazuza, Escher, Dali, Waters, Renato Russo. Porém a mais influência mais profunda e duradoura é de Hermann Hesse.
No decorrer das últimas décadas Luiz Francisco lançou dois livros de contos, duas agendas ilustradas com seus textos e desenhos e vários livros históricos de cidades, junto com outros autores. Participou de algumas exposições com seus desenhos e pinturas e lançou dois CDs com suas músicas, em parceria com outros compositores e vocalistas: Audrey Farah, Dimas Guil, Jade Farah Guil, João Paulo Américo e Felipe Salanti.
Luiz Francisco Guil é pai de Jade Farah Guil e Julian Farah Guil.
Exemplos de textos curtos, ilustrados pelo autor, estão em: https://www.flickr.com/photos/chicoguil/sets/72157627728309128/
Até 1980 – Trabalha na lavoura
1980 – 1983 – Trabalha com apicultura
1984 – Cursa direito na UFPR (inconcluso)
1985 – 1988 – Cursa medicina na UFPR (inconcluso)
1989 – Cursa artes plásticas na EMBAP (inconcluso)
1985 -1992 – Leciona matemática, física e redação
1990 – Cursa matemática na Unicentro (inconcluso)
1992 – Locutor da rádio Copas Verdes/Prudentópolis-PR
1993 em diante – Publica crônicas, poesias e charges em jornais do Paraná
1994 – 1995 – Cursa letras na Unicentro (inconcluso)
1994 – Menção honrosa no Concurso Nac. de Contos da Sec. de Est. da Cult. do Paraná
1994 – Menção honrosa no Concurso de Literatura Aníbal Machado, Sabará-MG
1995 – Vence concurso de literatura de Paranavaí-PR, nas categorias Conto e Poesia
1995 – Vence concurso de literatura de Mandaguari-PR, nas categorias Conto e Poesia
1995 – Publica o livro de contos “Águas Silenciosas”
1995-1996 – Repórter e fotógrafo do Jornal da Unicentro
1996 – Publica a Agenda Gente, ilustrada com seus textos e desenhos, pela Ed. Vozes/RJ
1997 – Compõe o Hino do Prudentópolis Esporte Clube
1997 – Cursa história na Unicentro (inconcluso)
1998 – Repórter, redator e fotógrafo de vários jornais de Guarapuava-PR
2000 – Cursa pedagogia na Unicentro (inconcluso)
2000 – Produz um CD com músicas de sua autoria (com Audrey Farah e Dimas Guil)
2000-2002 – Dirige o jornal Nossa Folha/Prudentópolis
2001 – Publica a “Agenda Original 2002”, com textos e desenhos de sua autoria
2002 – Trabalha como publicitário em Curitiba
2002 – Vence concurso de literatura de Paranavaí-PR, na categoria Poesia
2003 – 2007 – Publica crônicas semanais no site www.cartamaior.com.br
2004 – Assessor de imprensa da prefeitura de Prudentópolis-PR
2006 – Publica o livro “Prudentópolis 100 Anos”
2008 – Publica o livro “Irati 100 Anos”
2009-2010 – Produz argumentos para o programa “Casos e Causos”, da RPC-TV
2009 – Vence o “Concurso Internacional para Estudantes e Jovens Cientistas de Estudos Ucranianos”, do Instituto Nacional de Pesquisas de Estudos Ucranianos, entre mais de 80 concorrentes de vários países (parceria com Audrey Farah)
2010 – … – Trabalha na produção do livro “Cascavel, a Conquista do Oeste Paranaense”
2012 – Participa da produção do livro “São Mateus do Sul 100 Anos”, de Audrey Farah
2015 – Publica o livro “As Linhas de Prudentópolis”
2016 – Vence o “I Baika – Concurso Nacional de Contos da Cultura Eslava”, da Unicentro, com o conto “Chororó da Salaveta”, escrito em partecia com o irmão, Dimas Guil