Eu sou apucaranense, nascido em 7 de fevereiro de 1947, filho de Lauro Fortes Alcantara e Enid Lobo Alcantara, que me deram dois irmãos: o Lauro José e a Laura Orminda, meus companheiros de nome e de vida. Tenho como avós paternos o João Oliva Alves Alcantara e a Orminda Fortes Alcantara e como avós maternos o João Peixoto Lobo e a Laura Guerra Lobo.
Nasci em Apucarana no tempo em que era pó ou poeira ou barro. Meus pais moravam em uma fazendola no interior de Marilândia do Sul, na época chamada de Araruva, e eu apenas nasci na minha cidade natal. Logo depois do meu nascimento fui, com os meus pais, para Piraju para ser batizado. Voltamos então, para a fazenda em que passei a minha infância. Um ano e quatro meses depois do meu nascimento vieram ao mundo o meu irmão Lauro José e tivemos, junto com a nossa irmã, Laura, uma infância muito feliz em meio a natureza. Não tínhamos conforto nenhum, vivíamos sem luz e sem água encanada, mas com muito carinho e muito amor dos nossos pais. Éramos muito felizes!
Quando completei 7 anos de idade, nos mudamos para Apucarana onde iniciei meus estudos na Escola Paroquial São José. Moramos em Apucarana até eu completar 15 anos quando nos mudamos para Piraju, terra natal do meu pai. Ficamos dois anos em Piraju onde terminei o meu Estudo Científico, mas meus pais decidiram que o melhor para o momento seria voltarmos para Apucarana. Nos mudamos novamente, mas eu sabia que queria continuar os meus estudos e que Apucarana não me oferecia as oportunidades que eu queria trilhar. Foi quando um grande amigo de infância apareceu. Esse amigo, morava em Curitiba há algum tempo, e me chamou para ir para a capital com ele para passarmos no vestibular de Medicina e eu claro que topei. Esse querido amigo até hoje é o José Carlos Gasparin Pereira.
O Zé Carlos me fez a cabeça e meus pais concordaram. Algum tempo depois eu, com uma malinha e um travesseiro embaixo do braço, desci em sua casa na Rua Petit Carneiro esquina com a Rua Bento Viana. Chegando na cidade fui muito bem recebido pelos seus saudosos pais, Dona Angelina e Dr. Carlos. Juntos eles me ajudaram a procurar uma pensão, encontrando um lugar bem simples na Rua Saldanha Marinho onde poderia ficar nesse ano. Era o que as minhas condições permitam e me virei como pude.
O Zé Carlos me recomendou o Cursinho do Dom Bosco, um curso preparatório famoso por seus resultados positivos no Curso de Engenharia. Esse seria o primeiro ano que teria uma turma para o Curso de Medicina e eu seria aluno! Quando as aulas começaram estranhei porque não via meu amigo e perguntei para ele “Zé, você não vai aparecer na aula?” e ele me disse que estava fazendo o Cursinho Bardal e não o Cursinho Dom Bosco. Lembro do Zé me dizer com toda firmeza “Fica tranquilo, nós dois vamos passar.” e passamos os dois na Universidade Federal do Paraná.
Cursamos Medicina de 1967 a 1972, uma bela fase da minha vida onde fiz vários amigos que permanecem até hoje. Recebi o diploma e me mudei para São Paulo para fazer a minha residência em Otorrinolaringologia. Pelas mãos do Dr. José Antônio Pinto, meu contraparente, amigo, irmão e pai profissional, tive uma excelente formação. Em 1973, me casei com Maria das Graças Mendes Moreira com quem tive três filhas maravilhosas: Flávia, Renata e Silvia.
Terminada a residência, recebi um convite para trabalhar em Santos. Iria dar aula na Faculdade de Medicina na Fundação Luzíada e montar a residência na Santa Casa de Misericórdia. Eu topei como oportunidade de aprendizado, mas, em pouco tempo percebi que não era realmente o que eu imaginava e no final de 1975, decidi voltar para Curitiba. Aqui, me estabeleci e comecei minha vida profissional. Trabalhei muito, tinha várias atividades e fazia uma carga horária de 12 horas por dia. Foi quando iniciei também meus trabalhos dentro do Hospital Pequeno Príncipe pelas mãos do saudoso Dr. Plinio Pessoa.
No início de 1978, recebi um convite para exercer medicina na cidade de Pato Branco no interior do Paraná. No início fiquei em dúvida, mas visitei muitas vezes a cidade e gostei bastante dela. Em maio de 1978, me mudei com a minha família de mala e cuia. Exerci intensamente a profissão e ao lado das atividades profissionais fui presidente da Associação Médica do Sudoeste, Chefe do Serviço de Medicina Social que abrangia mais de 30 municípios, Presidente do Clube Pinheiros, além de participar de várias ações comunitárias.
Mas, vocês sabem, médico no interior é um perigo. Com todas essas envolvências acabei, por convite dos amigos, me candidatando a vereador. Tive a minha ficha do MDB abonada pelo saudoso José Richa e fui eleito em 1982 com a segunda maior votação da história de Pato Branco.
Como não podia ser diferente, a partir do momento em que você é eleito, com uma boa votação para vereador, em uma cidade com o porte como Pato Branco você é definido como um potencial candidato a Deputado Estadual, comigo não foi diferente. Em 1986, fui eleito Deputado Estadual. Na assembleia tive uma participação muito ativa em que fui parte de várias comissões tendo sido Presidente da Comissão de Saúde, líder da bancada do PMD e Constituinte Estadual de 1989. Como nem tudo são flores, em 1988 disputei a Prefeitura de Pato Branco não tendo sido eleito. Em 1990, disputei a reeleição a Deputado Estadual com resultado também desfavorável.
Em 1991, volto a Curitiba com a vontade de retornar à Medicina mas, atendendo ao convite do governador eleito Roberto Requião, acabei assumindo a presidência do Instituto de Tecnologia do Paraná, o TECPAR. Foram 4 anos de um trabalho muito gratificante onde convivi com pessoas e projetos muito importantes na área da Ciência e da Tecnologia. Vários convênios firmados tanto a nível Nacional como a nível Internacional com países como Japão, Alemanha, Canadá, França, entre outros.
Terminando essa profícua fase pude retornar a minha origem profissional, em 1995, estava em casa, voltei para a minha verdadeira vocação, ou seja, a Medicina. Nada me realiza tanto como ser médico! Quando Deputado Estadual tive a felicidade de realizar um sonho de muitos, anexar como projeto de lei, de minha autoria, o Hospital César Pernetta ao Hospital Pequeno Príncipe atendendo um pedido da incansável lutadora Sra. Ety Gonçalves Forte que é grande responsável por essa fantástica instituição um patrimônio não apenas de Curitiba, mas do Paraná e do Brasil.
Após isso, nada mais justo que eu solicitasse a minha reinserção no corpo clínico dessa casa que eu tanto admiro, o que foi prontamente atendido. Paralelamente passei a integrar a disciplina de Otorrinolaringologia na UFPR onde tive a oportunidade de criar o Departamento de Otorrinolaringologia Pediátrica. Em pouco tempo, fui agregando colegas ao serviço do Hospital Pequeno Príncipe sendo hoje reconhecido como um dos melhores no Brasil. Permaneço como chefe do serviço e somos hoje em 11 colegas atendendo todos os tipos de patologias da especialidade.
Em paralelo, em 2004, reunimos colegas que entendiam que a otorrinopediatria deveria ter seu lugar garantido em Curitiba! Partimos de um pressuposto, já conhecido, que a criança não é um adulto pequeno. Têm suas patologias próprias e uma abordagem diferente! Não podemos receber uma criança no consultório, como se recebe um adulto. Dito isso, convidamos um pediatra consagrado em nossa comunidade, que sempre foi um entusiasta pelo estudo das doenças otorrinolaringológicas em crianças, o saudoso Dr. João Gilberto Mira, além dos otorrinolaringologistas Dr. Rodrigo Pereira, o Dr. Fabiano Gavazzoni e eu. Com o falecimento do Dr. Mira e a saída do Dr. Fabiano, foram incorporadas as Dras. Trissia Vassoler, Elise Zimmermann e Juliana Cavichiolo. Ao mesmo tempo, convidamos um grupo de fonoaudiólogas, com longa experiência em pediatria, para completar o nosso grupo!
Hoje, podemos dizer, sem medo de errar, que somos referência na otorrino pediatria nacional! O COPEC em parceria com o Hospital da Cruz Vermelha de Curitiba mantém um serviço de residência no Hospital Pequeno Príncipe e também um Fellow na área! Temos muitos motivos para estarmos orgulhosos desses 15 anos e com certeza vamos ter muitos mais!
Enquanto tudo isso acontecia, me tornei também muito mais feliz e ganhei 9 netos. Brinco com os meus amigos que em número de netos estou ganhando, não tem para ninguém. Minha filha Flávia é mãe da Luiza, minha companheira de jogos do Furacão, de que eu sou fanático. A Renata é mãe do Gumercindo Neto, do Guilhermo e da Maria Beatriz uma paixão de mocinha com quatro meses. Todos muito queridos e minha diversão dos almoços semanais! A Silvia é mãe da Antônia, do Caique e do Arthur. Os meninos são gêmeos, uma bagunça que só, e a Antônia é um doce de menina!
Sou casado há 25 anos com a Isabella de Almeida que me deu dois filhos do coração que eu amo de paixão. O Diogo que é pai da Luiza e do Raphael, meus companheiros de final de semana que, lamentavelmente, estão morando longe de Curitiba e nos deixam com muitas saudades. E a Maria Victória que mora com a gente e é a nossa super companheira do dia a dia. Ela nos ensina muito!
Conheci os pais da Isabella antes de conhecê-la e tenho um carinho enorme por eles, mais que sogros são meus amigos. O Dr. Aldo de Almeida Junior e a Stela Maris Vellozo de Almeida, muito queridos e admiráveis. Tenho um carinho enorme também pela minha cunhada Juliana Almeida Vosnika, Diretora Presidente do MON, e pelo meu cunhado Marcelo Vosnika, empresário de sucesso. E agora fomos brindados por duas sobrinhas lindas filhas deles, as gêmeas Catarina e Maria.
Quando não estou com essa minha grande e amada turma, gosto de pescar. Pode ser desde uma pescaria de pequenos lambaris no Rio Iguaçu até os gigantes tucunarés e pirararas na Bacia Amazônica.
Como vocês podem ver, eu sou um homem realizado, tenho uma família maravilhosa, filhos incríveis, netos encantadores e a minha companheira de todas as horas minha querida Isabella que está sempre ao meu lado, me incentivando e apoiando. Tenho apenas a agradecer!