O popular homem do rádio paranaense “Jamur Jr”, foi batizado na Igreja de Nossa Senhora do Bom Jesus de Guaratuba, onde nasceu, como José Jamur Filho. Seu pai libanês e mãe brasileira, natural de Santa Catarina. Aos oito anos, subiu a serra, inicialmente indo para Palmeira, onde “estreou” como artista e locutor numa rádio local. Mas foi em Curitiba, em 1953, onde se criou e viveu praticamente sua vida como comunicador, inicialmente na rádio Cultura com Souza Miranda e foi, sem duvida, um dos mais notáveis apresentadores da televisão paranaense, em especial no Canal 4, TV Iguaçu, após passagem pelo pioneiro Canal 12..
Jamur tem passagens hilariantes, quando criou diversos embaraços às autoridades e empresários, forjando suas vozes com perfeição, inventando episódios que acabaram criando inimigos, como o ex-governador Ney Braga e o homem do comercio Hermes Macedo, que certa vez saiu de casa quase de pijama diretamente para o Grande Hotel Moderno, num suposto convite para ser presidente do Clube Curitibano, sua grande aspiração que não se “concretizou”.
Quando apresentava o famoso “Show de Jornal” na TV Iguaçu, principalmente na época da ditadura, Jamur costumava fazer caretas após a leitura de um texto, se referindo a Medici, quando recebia “pitos” dos censores militares. Numa ocasião, um general foi mais adiante e disse: “Ainda vou lhe mandar prender por expressão facial!”
Conhecido como “turco” amado e odiado, Jamur deixou suas lembranças e homenagens em livro aos homens do rádio e da televisão paranaenses, ocasião em que foi homenageado pela Assembleia Legislativa do Paraná.
Foi talvez uma das figuras mais emblemáticas da comunicação do Paraná, sem jamais ter causado danos prejudiciais, contra a moral de quem quer seja. Apenas se divertia e nos fazia divertir com sua criatividade genial.
Neste depoimento Jamur é uma das mais valiosas testemunhas do inicio e do ápice da televisão genuinamente paranaense, antes de perder sua identidade após a implantação das redes nacionais.