O século XX mal estava começando quando o primeiro Pereira da Cunha, Manuel, recebeu o diploma de médico na Universidade Nacional, no Rio de Janeiro, e foi exercer sua profissão em Rio Negro, interior do Paraná. Lá constituiu família, teve dois filhos – Ciro e Gastão – e posteriormente mudou-se para Curitiba onde desenvolveu intensa atividade em clínica médica. Ambos os filhos se graduaram em medicina na Universidade do Paraná.
Gastão, após sua formatura em 1945, especializou-se em cardiologia na Argentina. Foi um dos precursores da especialidade no Paraná, precocemente ingressou na carreira acadêmica e, por muitos anos, chefiou a disciplina de cardiologia, criando os Cursos de Pós-Graduação (mestrado e especialização) em Cardiologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi também presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e exerceu a profissão até completar seu 80º aniversário, estando hoje com 86 anos.
Seu filho Cláudio sempre demonstrou interesse em seguir a carreira médica, embora nunca tenha sido influenciado. “Meu pai tinha tamanha paixão e dedicação pela medicina que desde criança resolvi seguir a mesma profissão”, conta ele, que nunca enfrentou problemas por ter o pai como professor.
Gastão Pereira da Cunha recebeu várias homenagens dos alunos, foi paraninfo de várias classes, sempre foi um mestre companheiro, dedicado e tolerante.
Algumas semelhanças têm se repetido nas carreiras dos Pereira da Cunha. Manuel, Gastão e Cláudio foram presidentes da Associação Médica do Paraná. Gastão e Cláudio receberam, em 1945 e 1974, o Prêmio Medalha Nilo Cairo, concedido pela UFPR ao melhor formando em medicina.