Nasci em 31 de agosto de 1931, em Curitiba, Paraná. Sou filho de Jocelyna Taborda Dergint de Rawicz (Escolástica “Nhazinha” Marçallo Taborda Ribas e Pedro Antônio Taborda Ribas) e do engenheiro agrônomo O. M. Dario Dergint de Rawicz (Helena Neyman Dergint de Rawicz e Francisco Dergint de Rawicz, engenheiro florestal pela Alta Escola de Petrogrado).
Casei-me com Ligia Maria Amaral Dergint de Rawicz (Des. Ariel Ferreira do Amaral e Silva e Judite Prohmann Ferreira do Amaral), de cuja União nasceram nossos cinco filhos: Dario Eduardo, engenheiro eletrônico formado pela UTFPR, Mestre pela UTFPR, Doutor pela Universidade Tecnológica de Compiègne na França (tese com felicitação do júri) e Bacharel em Direito pela UFPR, namorado da Professora Rosangela Stankowitz, Bacharel em Economia e Doutora em Tecnologia; Sergio, médico pneumologista pela UFPR e broncoscopista pela Santa Casa de São Paulo, pai de Emanuel e Murilo e casado com Andrea Vitorino de Moura, Bacharel em Pedagogia; Augusto, Bacharel em Direito pela UFPR, Mestre pela UFPR e Doutor pela Universidade do Saarland na Alemanha (tese com “summa cum laude”), advogado, casado com Claudia Luiza da Silva Matos, Bacharel em Direito pela PUC-PR; André, médico pela UFPR e com especialização em cirurgia cardíaca e diversas outras e cursos realizados em São Paulo e Porto Alegre, pai do Gabriel e do Lucas, casado com Carla Weber Dergint, Bacharel em Direito e em Pedagogia; Helena Beatriz, Bacharel em Direito pela UFPR, procuradora federal, casada com Márcio Leiria dos Reis, médico cardiologista, pais do Pedro Henrique e João Vitor.
Comecei minha vida funcional como datilógrafo e secretário do Dr. Marins Camargo. Deixei aquele emprego para servir ao Exército. Pela tradição polonesa, meu pai sugeriu que fizesse Cavalaria, mas como não tive na minha infância e juventude contato com cavalos, sugeri ao meu pai e ele aceitou que eu fosse para Infantaria. Servi o CPOR (Curso Preparatório de Oficiais da Reserva). Depois de dois anos, formei-me como Oficial da Reserva R-2, classificado em “primeiro lugar”, recebendo como prêmio a espada da 5ª Região Militar, ressaltando que na minha turma havia oitenta alunos.
Orgulho-me também de que em toda minha vida estudantil, frequentei o ensino público. Na primeira infância fui matriculado na Escola de Aplicação, no grupo anexo à Escola Normal – Jardim de Infância. Em seguida fiz o ensino primário (primeiro ao quinto ano), pois não tinha idade suficiente para o ginásio. Nos anos seguintes, frequentei o Colégio Estadual do Paraná, depois de prestar exame de admissão para o ginásio e, em seguida, o curso científico. Prestei vestibular para a Universidade Federal do Paraná – Curso de Engenharia Civil. Nessa época, trabalhei na construção do Teatro Guaíra (projetado por Rubens Meister), exercendo a função de topógrafo de obra e auxiliar fiscal de obra.
Como engenheiro, trabalhei em Guaricana na construção de barragens. Depois, por um período curto, estive no Batalhão Rodoviário de Lages.
Após, trabalhei na Coordenação do Plano de Desenvolvimento do Estado do Paraná – PLADEP. Exerci as funções de técnico em transporte e subcoordenador do órgão.
Em 1957, ganhei uma bolsa de estudos para o Chile – curso da CEPAL (Comissão Económica das Nações Unidas para a América Latina). Ao terminar o curso, voltei para Curitiba, pois minha mãe estava doente e eu, filho único, não podia deixar de atendê-la. Não aceitei ir para os Estados Unidos, como prêmio, para continuar os estudos de planejamento em uma universidade americana.
Em função das atividades junto ao planejamento do Paraná, fui inscrito inesperadamente pelo “Vivi” (David da Silva Carneiro Filho) no vestibular de Economia da UFPR. Passei a frequentar aquele curso, quando então recebi um convite para trabalhar junto às Nações Unidas na Colômbia. Fui o mais novo assessor da ONU. Ainda na Colômbia, recebi um convite do governador do Estado do Paraná, Ney Braga, para trabalhar, desta vez, como coordenador da PLADEP e também um convite do secretário da SVOP (Secretaria de Viação e Obras Públicas), General Alípio Ayres de Carvalho, para ser Diretor Presidente do Porto de Paranaguá. Aceitei ser coordenador da PLADEP, onde exerci aquela função por dois anos. Nesse momento já era assessor da Federação do Comércio do Estado do Paraná.
Terminado o curso de Economia, fui convidado pelo Professor Ulisses de Campos para lecionar na Universidade Federal do Paraná como Professor do Departamento de Economia. Por cinco anos, lecionei as disciplinas de Introdução à Economia no Curso de Ciências Econômicas e Economia, no Curso de Ciências Contábeis. Na sequência, por concurso, tornei-me Professor Adjunto I, II, III e IV da disciplina de Teoria Econômica do Curso de Administração, onde permaneci até a minha aposentadoria (30 anos).
Outras funções por mim exercidas: Diretor Financeiro da Telepar (Companhia de Telecomunicações do Paraná); Assessor do CODESUL (Conselho de Desenvolvimento do Extremo Sul); Secretário-Assistente do CODESUL (12 anos); na UFPR fui eleito para as funções de Chefe de Departamento de Economia (dois períodos), Coordenador do Curso de Economia (dois períodos) e Pró-Reitor de Administração (dois anos).
Quando deixei a Pró-Reitoria, os alunos do Curso de Economia insistiram para que eu me candidatasse à Coordenação do Curso. Cedi à insistência, mas, por cinco votos “dos professores”, perdi a eleição. Candidatou-se para aquela função um professor que eu, quando era Pró-Reitor, havia trazido de uma universidade do Norte do País e que, apoiado pela Associação dos Professores e pelo Sindicato, após questionáveis alterações nos dispositivos eleitorais, conseguiu aquela função. Lamentaram muito os alunos, no momento e posteriormente, apontando-me como um professor ótimo e respeitado, não movido por politicagem, e que, além de ser um administrador perspicaz, possuía o espírito acadêmico necessário de que então precisava o Curso de Economia.
Também exerci as funções de membro do Conselho Universitário e Assessor da UFPR como economista do Setor de Planejamento.
Ao longo de minha vida exerci outras atividades tais como: Membro do Centro de Letras do Paraná na função de Presidente; Professor do Programa intensivo de formação de Gerentes do Bamerindus na PUC-PR (Universidade Católica do Paraná); Professor de cursos de Planejamento Governamental; Secretário do Plenário e Presidente da Comissão Técnica de Financiamento, bem como expositor do trabalho do CODESUL, no Seminário de Planejamento Estadual (Hotel Quitandinha, Rio de Janeiro, 1965); Assessor na conferência de projetos de economia do BRDE; Membro das seguintes entidades: Clube Curitibano, Círculo Militar do Paraná, Clube Thalia, Centro de Letras do Paraná, Academia Paranaense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, Centro de Letras José de Alencar, Conselho Regional de Economia (CORECOM), Conselho Deliberativo do Clube Curitibano (2011-2019), Sociedade de Socorro aos Necessitados e Associação dos Amigos do Museu Oscar Niemeyer – MON.
Nas primeiras aulas das disciplinas que lecionei, dizia aos alunos que era preferível que eles me conhecessem, pois era realmente impossível conhecê-los a todos. E estabelecia o que chamava de “as regras do jogo”, em que eu propunha como seria o relacionamento do professor com a turma. Começava observando que aquela aula não seria uma perda de tempo, que eles teriam muita matéria para aprender. Eu lhes indicaria sete a oito livros que poderiam consultar, pois estes seriam as pautas da organização de minhas aulas. Sempre dizia à turma que, em primeiro lugar, o professor deve ter conhecimento da matéria muito acima do que ensina. Outro detalhe, faria a prova da matéria com 10 questões, umas subdivididas em duas ou quatro partes. Outro quesito: que uma hora seria o suficiente desde que eles não perdessem tempo “consultando Deus”, ousando dizer (com ironia) que “Ele, afinal, não conhece Teoria Econômica”. Além disso, alertava que se eu pegasse algum aluno colando eu daria zero na prova toda. Neste momento, fazia a seguinte proposta ao aluno: ou ele assinaria uma prova em branco ou eu faria um processo, anexando a cola junto a prova atribuindo zero do mesmo jeito. Sempre disse que nunca reprovei um aluno, eles é que se reprovavam. Chamava atenção para o enorme número de indivíduos que estavam sentados na sala e que não eram calouros. Entravam todo ano mais ou menos 60 alunos e na sala sempre havia outros 60 ou mais. A grande quantidade de repetentes se devia ao fato de que eles, possivelmente, gostavam da matéria ou das aulas e assim a estavam cursando uma segunda ou terceira vez. O principal, neste momento, é que aí eu os elogiava por nunca usarem processos ilícitos para passar de ano. Alertava os alunos, entretanto, que, quando por indisciplina, os mandasse deixar a sala de aula, eles deveriam sair educadamente, ou seja, sem gargalhar ou bater a porta. Caso contrário, eu ofenderia seus pais dizendo que não lhe deram a devida educação. Também me comprometia com a turma que, após a realização das provas, entregaria as notas, no máximo em uma semana, durante uma aula dupla, onde comentaria o conteúdo de cada resposta, dando oportunidade a cada aluno de expressar-se de forma individual.
Como sempre gostei de arte e antiguidades, ao me aposentar, decidi dedicar-me com mais afinco aos meus quadros e às minhas peças. Assim, continuei me envolvendo com aspectos culturais e cultivando grandes amizades com nossos artistas, como as que tivera com Theodoro de Bona, Guido Viaro e Ricardo Krieger e as que pude continuar com René Tomczac, Josué Demarche e Leopoldino de Abreu, que, ao lado de outros pintores brasileiros e estrangeiros de renome, fazem parte da minha coleção.
Mas, finalmente, confesso que uma das maiores satisfações e motivações para orgulho que tenho, ocorre quando encontro um ex-aluno, cujo nome, pelo passar dos anos, muitas vezes não me recordo mais, manifesta alegria em ver-me, lembrando de detalhes de uma aula ou outra. Alguns deles confessam, sorridentes, que foram reprovados uma ou duas vezes “dentro das regras do jogo”!
P.S.: Quanto ao “de Rawicz”, não se trata propriamente de sobrenome, mas sim de um escudo a que pertencia a família Dergint, razão pela qual não consta do sobrenome de meus filhos, que, de qualquer forma, assim como seus descendentes, podem utilizar, se assim o desejarem.