João Candido Ferreira Cunha Pereira (2015) Medicina – Curitiba – Paraná

Nós somos quatro irmãos e eu sou o terceiro deles. Realizei o curso primário no grupo Barão do Rio Branco e depois o secundário no Marista que ficava localizado na Praça Rui Barbosa. Na hora de decidir qual carreira iria me especializar, eu tive meu avô João Cândido Ferreira para me espelhar.

Ele era Médico e professor e ajudou a fundar a Universidade Federal do Paraná. Além dele, tinha quatro tios que também eram médicos, meu papai que era da magistratura e dois irmãos mais velhos que seguiram o Direito, e como eu não quis seguir o mesmo caminho dos meus dois irmãos resolveram seguir a carreira Médica.

Por coincidência, carrego o nome de meu avô, que foi o maior clínico do Estado do Paraná, além de ser muito respeitado e acatado por todos. Então, decidi cursar Medicina e uma das coisas curiosas, o meu tio era catedrático Otorrino, e sempre me incentivou a seguir para essa área de especialização.

Quando cheguei ao sexto ano da faculdade, um dos adjuntos da cadeira recomendou que fosse para São Paulo realizar uma especialização na nova área de endoscopia per oral com o Médico Arruda Botelho. Mas eu só pensava em me especializar em Otorrino, então, mesmo assim fui para São Paulo, quando estava andando naquela Rua Principal de São Paulo encontrei um médico daqui do Paraná, Lacerda, ele era médico da Beneficência Portuguesa e foi ele que me introduziu na Beneficência Portuguesa, então isso facilitou muito para o inicio da minha especialização.

É uma especialidade que curiosa essa da endoscopia per oral que significa “vendo pela boca”, mas hoje com o progresso da Medicina, pois sou formado há 60 anos, ela desapareceu, porque o Otorrino fica com a parte de laringe, o pneumologista fica com a parte pulmonar, e o gastroenterologista fica com a parte de esôfago e estômago.

Então, ela como especialidade desapareceu, mas eu sempre fiquei na área médica e coincidentemente quando me falaram, ou melhor, me perguntaram do Gasparetto se ele era meu orientador, bom ele era, e quando vim da especialização do curso de São Paulo e cheguei à Santa Casa, o Mário Abreu que era o meu professor de cirurgia pediu para que eu desse uma aula para a turma: “João Cândido, eu quero que você dê uma aula” e eu “Pois não, eu posso dar, sem problema nenhum”.

Ele marcou para o dia seguinte, e quando comecei a falar, não tinha experiência nenhuma de docência, falei por 15 minutos e depois comecei a inventar coisas, mas consegui falar, mas apenas por meia hora, assim, começou a minha carreira Universitária, porque depois eu fui professor de endoscopia e digo sempre, que naquela época você podia, eu era professor da Federal adjunto, na católica e na evangélica, eu fui catedrático das duas cadeiras de Otorrino.

Acabei atendendo todos os Hospitais de Curitiba, com exceção do Hospital Nossa Senhora das Graças, porque já havia um especialista lá, a coisa mais curiosa que eu gosto de contar sempre é dos corpos estranhos, então é por isso que a endoscopia per oral porque se introduzir um tubo rígido uma iluminação digital no centro da garganta pela boca ia passando para a laringe até chegar aos pulmões e lá você encontrava semente em criança pequena, que aspiravam semente de alimento, como feijão, milho tudo, até espinho, mas estou falando mais na parte pulmonar, porque a criança passa a respirar com dificuldades, moeda era muito comum, teve um caso que tirei duas moedas de uma criança só do esôfago, normalmente parava na parte de cima.

Também tirei de bebês. Eu tive um caso e o mais curioso é que o paciente é que ele chegava e dizia “Ai, doutor na hora do almoço eu me engasguei na hora do almoço, mas eu aguentei até agora à noite, agora vim aqui, para o senhor vim me atender, ele não ligava do médico chamar de madrugada, mas ele aguentou firme”.

É como uma mágica, você introduz uma pinça e pronto a criança fica boa, você tirou a moeda e passa a engolir sem problema nenhum. Agora às vezes tinha também complicações, às vezes o corpo é estranho e perfura o esôfago, nisso a coisa complica mais. Tive outro caso, mas esse foi no hospital Militar com um cidadão que não tinha muito contato com família, velho e ele ficou ruim , não engolia, ficou abatido, foi internado e fizeram raios-X, mas não encontraram nada e pediu para dar uma olhada, porque que ele estava com certa dificuldade para engolir e quando eu fiz a laringoscopia e encontrei uma dentadura na parte baixa da laringe. Então, coisas assim curiosas e outra coisa então que você tem que lutar com o cliente que dependendo do tamanho da moeda ela passa e ele elimina sozinho, mas os pais ficam ansiosos que você tome Providência da laxante e eu sempre disse não dá laxante da massa Porque você não sabe o que engoliu e às vezes tem uma ponta. E aí cara como teve um que encravou na saída do reto, palito,espinhos, tudo que você possa imaginar tem.

Se o paciente não for atendido com certo tempo é fatal? Não, ele convive, na verdade alguns conseguem conviver. Uma coisa curiosa, minha cunhada tinha uma empregada que volte e meia tinha uma infecção pulmonar, tratava, melhorava vai melhorar. Aí a mandei na santa casa e internei essa senhora que já tinha filhos, quando eu a examinei ela tinha um corpo estranho no pulmão, uma semente no pulmão que fazia desde moça que ela tinha aquilo lá e que não foi diagnosticado, e ela acostumaram com aquilo, mas estava lá como um ponto de infecção e as infecções eram repetidas.

São curiosas como as coisas acontecem, outra parte também, mas na parte cirúrgica eu sempre tratei de problemas na laringe, de tumores, pólipos e câncer de laringe, tenho até hoje alguns clientes que nós operamos isso há 20 anos, que estão com sobrevida e falando, alguns tiraram a laringe toda e eles aprenderam a falar com vozes ofegantes.  E vive perfeitamente bem, só que vive respirando pelo pescoço e a parte de esôfago é mais séria, os cânceres tem que ser uma cirurgia maior.

Já na parte de professor é muito gratificante, como lecionei nas três faculdades, eu vou aos lugares, agora não lembro, porque não frequento tanto esses lugares, mas eu ia e encontrava: “Você foi meu professor no ano tal, e aprendi isso e aquilo.” Uma coisa que eu gostava, para causar impacto na primeira aula é a criança que toma soda caustica, isso era uma tragédia, felizmente hoje ela não vende mais soda cáustica, mas era comum criança e às vezes adulto, que tomaram a soda cáustica para suicídio e a criança por acaso, porque a empregada estava limpando o chão e ela colocava na boca e queimava. E criava uma má cicatrização de todo o trato do esofágico e a criança não engole.

O tratamento era e é até hoje é esse, mas era muito traumático, pois se coloca uma sonda no estômago para criança passar a se alimentar, para uma criança ou adulto aí você dá um fio para engolir e com aspirador se tira esse fio e você tem uma haste metálica, a ponta flexível e que você põe as olivas que vão aumentando gradativamente Então se passa de cima para baixo o fio dirigindo, era bem traumático e deixava os alunos assustados.

Uma vez fui a um departamento público e perguntaram se me conheciam. “Conhece o professor João?” “Claro, o João foi meu professor”.

E a coisa que mais me impressionou foi às dilatações do esôfago e depois a criança fica boa, depois de tratar seis, sete anos, restabelece com dificuldade, mas restabelece o trato esofágico.

No primeiro governo do Lupion eu fui nomeado diretor do hospital de crianças e com aquelas dificuldade que continua tendo com até hoje, como: falta de verba, falta daquilo. Juntei-me no hospital com grupo de médico, Osvaldo Faria da Costa, Beltrão e mais outro médico, fundamos a Associação Raul Carneiro, esta que hoje tem o Pequeno Príncipe nos tem como os fundadores da associação. Convidamos a Raquel Carneiro que era irmã do Raul Carneiro e ajudou também. E com isso nós tínhamos condições de arranjar dinheiro para poder tocar o dia-a-dia do hospital porque às vezes não tinha verba.

Hoje eles transformaram aquilo lá, hoje ele conta uma história que foi fundada em antes no clube dos 77 do tempo da minha mãe, mas fomos nós e eles contam uma história totalmente diferente essa Associação Raul Carneiro é fruto que se tornou o Pequeno Príncipe. O Hospital das crianças ficava onde é o Cesar Perneta e o Pequeno Príncipe é nos fundos. É interessante porque a gente passou então a ter uma convivência melhor e mais fácil para poder tratar as emergências que já tinha recursos.

Depois eu fui convidado, me lembro de que era João Neves, Deputado João Neves foi nomeado secretário do trabalho e me convidou para ser chefe de gabinete dele, ele depois teve uma doença muito grave e eu fiquei como secretário do trabalho, sem querer por um ano.

Depois retornei para a medicina e fui aumentando cada vez mais o serviço graças a Deus à gente progride e gostava como até hoje eu gosto da Medicina, mas meu pai que era Desembargador ele diz assim meu filho “Eu não quero morrer sem te ver Conselheiro do Tribunal de Contas”. Eu nem sabia o que era tribunal de contas.

Como sempre eu passava de  manhã, de tarde e de noite na casa do meu pai. Um dia na hora do almoço ele está jogando hoje eu vou conversar com Leônidas de Oliveira que é que um conselheiro e esse Leônidas de Oliveira eram afilhados do meu avô e é muito amigo nosso. Então o meu papai foi lá e disse: ”Olha, eu gostaria de saber o seguinte, quando é que você se aposenta porque eu tinha interesse nessa vaga para o João Candido”. Ele respondeu: “Desembargador, eu tenho um ano como conselheiro ainda, mas a vaga é sua desde hoje.”

Era na época que João Elísio era o Governador. Eu fui falar com o João Elísio e ele disse assim “João Cândido, não tenho duvida nenhuma a vaga é sua, ele se aposenta e eu nomeio você”.  Quando Lêonidas aposentou-se eu fui nomeado Conselho do Tribunal de Contas em 1986.

Passaram a falar como um médico como eu, virou conselheiro, mas nos outros estados já havia médicos como conselheiros.

Eu posso afirmar, que não fiz feito, porque desde o momento que você escolhe, bons assessores e que te assessoram bem você, com a experiência que tem, se torna um bom conselheiro.

Foi uma experiência realmente muito interessante,eu já tinha a experiência de secretário do Estado, do Diretor de Hospital de Crianças e depois de Conselheiro.

Em 1999, eu fui para a expulsaria, porque com 70 anos e a gente tem que afastar, mas eu fiquei na Santa Casa, indiscutivelmente mudou a minha vida, eu não podia ficar com as três faculdades , acabei ficando só com a Federal  e deixei os meus assistentes na Católica e na Evangélica e quando eu fui presidente do Tribunal, ai aumentava o serviço eu pedia aposentadoria da Federal do Paraná e fiquei só como Conselheiro e quando eu deixei do Tribunal, eu voltei para a Santa Casa, foi na ocasião que a Santa Casa estava muito mal e foi a fusão com a PUC, que alias foi a pior coisa que aconteceu.

Então três membros da Santa Casa e sete membros dos Maristas, então evidentemente, eles é que mandam na Santa Casa, agora são donos de lá e agora com a Morte do Izeu que era o nosso companheiro, antes era eu, o Izeu e o outro médico com a morte dele eu, eu fui promovido para vice provedor, pois antes era o Izeu. Quando eu fui servir o provedor e estou até hoje do conselho e vise-versa.

Eu me formei em 1953, três anos depois em 1956, foi fundado o Conselho Regional de Medicina, fundado no Hospital São Vicente e era uma junção do Hilton Munhoz, Mario de Alencar e outros Medicos. Como eu estava ali e fiquei com o número 12, depois que o Mario Abreu, Atilá que foram os meus professores, foram se escrever, comentaram comigo “Como é que o João Candido está aqui”.

Hoje dessas coisas curiosas, eu sou o número mais baixo do Paraná, abaixo de mim, não tem nenhum, então já morreram todos. Isso é uma coisa interessante porque quando eu chego em um lugar, principalmente em uma meio médico e digo meu numero, todos se espantam.

Costumava frequentar aos sábados a sauna no Country e surgiram duas candidaturas para presidente do Graciosa. Quando fui convidado a ser vice-presidente do Clube, assim ganhamos a eleição. Acabei sendo duas vezes vice-presidente, duas vezes presidente do conselho e quando fui ao tribunal, tive de renunciar a presidência do clube, se tivesse terminado, teria sido conselheiro nato.

Perdi meu filho do meio devido a um infarto fulminante, o qual morava em São Paulo, sendo a pior coisa que pode existir é perder um filho, desta forma acabei perdendo a vontade de participar ativamente do clube, afastando-me aos poucos, mesmo ainda tendo amor pelo Country.

Fui rotariano, pois meu avô também foi, inclusive foi governador do Rotary. As reuniões eram na hora de almoço, porém minha vida de médico exige atenção em todos os momentos, desta forma pedi demissão do Rotary. Depois fundaram o Lions e ingressei, mas algumas vezes não podia comparecer às reuniões e assim saí deste, ficando pouco tempo. Acabei me identificando mais com o Rotary.

Sou casado com Cleony Pinto Cunha Pereira, três filhos: João Candido Filho, Eduardo, João Francisco e três netos Patricia, Alexandre e Henrique.

Nós somos quatro irmãos e eu sou o terceiro deles. Realizei o curso primário no grupo Barão do Rio Branco e depois o secundário no Marista que ficava localizado na Praça Rui Barbosa. Na hora de decidir qual carreira iria me especializar, eu tive meu avô João Cândido Ferreira para me espelhar.

Ele era Médico e professor e ajudou a fundar a Universidade Federal do Paraná. Além dele, tinha quatro tios que também eram médicos, meu papai que era da magistratura e dois irmãos mais velhos que seguiram o Direito, e como eu não quis seguir o mesmo caminho dos meus dois irmãos resolveram seguir a carreira Médica.

Por coincidência, carrego o nome de meu avô, que foi o maior clínico do Estado do Paraná, além de ser muito respeitado e acatado por todos. Então, decidi cursar Medicina e uma das coisas curiosas, o meu tio era catedrático Otorrino, e sempre me incentivou a seguir para essa área de especialização.

Quando cheguei ao sexto ano da faculdade, um dos adjuntos da cadeira recomendou que fosse para São Paulo realizar uma especialização na nova área de endoscopia per oral com o Médico Arruda Botelho. Mas eu só pensava em me especializar em Otorrino, então, mesmo assim fui para São Paulo, quando estava andando naquela Rua Principal de São Paulo encontrei um médico daqui do Paraná, Lacerda, ele era médico da Beneficência Portuguesa e foi ele que me introduziu na Beneficência Portuguesa, então isso facilitou muito para o inicio da minha especialização.

É uma especialidade que curiosa essa da endoscopia per oral que significa “vendo pela boca”, mas hoje com o progresso da Medicina, pois sou formado há 60 anos, ela desapareceu, porque o Otorrino fica com a parte de laringe, o pneumologista fica com a parte pulmonar, e o gastroenterologista fica com a parte de esôfago e estômago.

Então, ela como especialidade desapareceu, mas eu sempre fiquei na área médica e coincidentemente quando me falaram, ou melhor, me perguntaram do Gasparetto se ele era meu orientador, bom ele era, e quando vim da especialização do curso de São Paulo e cheguei à Santa Casa, o Mário Abreu que era o meu professor de cirurgia pediu para que eu desse uma aula para a turma: “João Cândido, eu quero que você dê uma aula” e eu “Pois não, eu posso dar, sem problema nenhum”.

Ele marcou para o dia seguinte, e quando comecei a falar, não tinha experiência nenhuma de docência, falei por 15 minutos e depois comecei a inventar coisas, mas consegui falar, mas apenas por meia hora, assim, começou a minha carreira Universitária, porque depois eu fui professor de endoscopia e digo sempre, que naquela época você podia, eu era professor da Federal adjunto, na católica e na evangélica, eu fui catedrático das duas cadeiras de Otorrino.

Acabei atendendo todos os Hospitais de Curitiba, com exceção do Hospital Nossa Senhora das Graças, porque já havia um especialista lá, a coisa mais curiosa que eu gosto de contar sempre é dos corpos estranhos, então é por isso que a endoscopia per oral porque se introduzir um tubo rígido uma iluminação digital no centro da garganta pela boca ia passando para a laringe até chegar aos pulmões e lá você encontrava semente em criança pequena, que aspiravam semente de alimento, como feijão, milho tudo, até espinho, mas estou falando mais na parte pulmonar, porque a criança passa a respirar com dificuldades, moeda era muito comum, teve um caso que tirei duas moedas de uma criança só do esôfago, normalmente parava na parte de cima.

Também tirei de bebês. Eu tive um caso e o mais curioso é que o paciente é que ele chegava e dizia “Ai, doutor na hora do almoço eu me engasguei na hora do almoço, mas eu aguentei até agora à noite, agora vim aqui, para o senhor vim me atender, ele não ligava do médico chamar de madrugada, mas ele aguentou firme”.

É como uma mágica, você introduz uma pinça e pronto a criança fica boa, você tirou a moeda e passa a engolir sem problema nenhum. Agora às vezes tinha também complicações, às vezes o corpo é estranho e perfura o esôfago, nisso a coisa complica mais. Tive outro caso, mas esse foi no hospital Militar com um cidadão que não tinha muito contato com família, velho e ele ficou ruim , não engolia, ficou abatido, foi internado e fizeram raios-X, mas não encontraram nada e pediu para dar uma olhada, porque que ele estava com certa dificuldade para engolir e quando eu fiz a laringoscopia e encontrei uma dentadura na parte baixa da laringe. Então, coisas assim curiosas e outra coisa então que você tem que lutar com o cliente que dependendo do tamanho da moeda ela passa e ele elimina sozinho, mas os pais ficam ansiosos que você tome Providência da laxante e eu sempre disse não dá laxante da massa Porque você não sabe o que engoliu e às vezes tem uma ponta. E aí cara como teve um que encravou na saída do reto, palito,espinhos, tudo que você possa imaginar tem.

Se o paciente não for atendido com certo tempo é fatal? Não, ele convive, na verdade alguns conseguem conviver. Uma coisa curiosa, minha cunhada tinha uma empregada que volte e meia tinha uma infecção pulmonar, tratava, melhorava vai melhorar. Aí a mandei na santa casa e internei essa senhora que já tinha filhos, quando eu a examinei ela tinha um corpo estranho no pulmão, uma semente no pulmão que fazia desde moça que ela tinha aquilo lá e que não foi diagnosticado, e ela acostumaram com aquilo, mas estava lá como um ponto de infecção e as infecções eram repetidas.

São curiosas como as coisas acontecem, outra parte também, mas na parte cirúrgica eu sempre tratei de problemas na laringe, de tumores, pólipos e câncer de laringe, tenho até hoje alguns clientes que nós operamos isso há 20 anos, que estão com sobrevida e falando, alguns tiraram a laringe toda e eles aprenderam a falar com vozes ofegantes.  E vive perfeitamente bem, só que vive respirando pelo pescoço e a parte de esôfago é mais séria, os cânceres tem que ser uma cirurgia maior.

Já na parte de professor é muito gratificante, como lecionei nas três faculdades, eu vou aos lugares, agora não lembro, porque não frequento tanto esses lugares, mas eu ia e encontrava: “Você foi meu professor no ano tal, e aprendi isso e aquilo.” Uma coisa que eu gostava, para causar impacto na primeira aula é a criança que toma soda caustica, isso era uma tragédia, felizmente hoje ela não vende mais soda cáustica, mas era comum criança e às vezes adulto, que tomaram a soda cáustica para suicídio e a criança por acaso, porque a empregada estava limpando o chão e ela colocava na boca e queimava. E criava uma má cicatrização de todo o trato do esofágico e a criança não engole.

O tratamento era e é até hoje é esse, mas era muito traumático, pois se coloca uma sonda no estômago para criança passar a se alimentar, para uma criança ou adulto aí você dá um fio para engolir e com aspirador se tira esse fio e você tem uma haste metálica, a ponta flexível e que você põe as olivas que vão aumentando gradativamente Então se passa de cima para baixo o fio dirigindo, era bem traumático e deixava os alunos assustados.

Uma vez fui a um departamento público e perguntaram se me conheciam. “Conhece o professor João?” “Claro, o João foi meu professor”.

E a coisa que mais me impressionou foi às dilatações do esôfago e depois a criança fica boa, depois de tratar seis, sete anos, restabelece com dificuldade, mas restabelece o trato esofágico.

No primeiro governo do Lupion eu fui nomeado diretor do hospital de crianças e com aquelas dificuldade que continua tendo com até hoje, como: falta de verba, falta daquilo. Juntei-me no hospital com grupo de médico, Osvaldo Faria da Costa, Beltrão e mais outro médico, fundamos a Associação Raul Carneiro, esta que hoje tem o Pequeno Príncipe nos tem como os fundadores da associação. Convidamos a Raquel Carneiro que era irmã do Raul Carneiro e ajudou também. E com isso nós tínhamos condições de arranjar dinheiro para poder tocar o dia-a-dia do hospital porque às vezes não tinha verba.

Hoje eles transformaram aquilo lá, hoje ele conta uma história que foi fundada em antes no clube dos 77 do tempo da minha mãe, mas fomos nós e eles contam uma história totalmente diferente essa Associação Raul Carneiro é fruto que se tornou o Pequeno Príncipe. O Hospital das crianças ficava onde é o Cesar Perneta e o Pequeno Príncipe é nos fundos. É interessante porque a gente passou então a ter uma convivência melhor e mais fácil para poder tratar as emergências que já tinha recursos.

Depois eu fui convidado, me lembro de que era João Neves, Deputado João Neves foi nomeado secretário do trabalho e me convidou para ser chefe de gabinete dele, ele depois teve uma doença muito grave e eu fiquei como secretário do trabalho, sem querer por um ano.

Depois retornei para a medicina e fui aumentando cada vez mais o serviço graças a Deus à gente progride e gostava como até hoje eu gosto da Medicina, mas meu pai que era Desembargador ele diz assim meu filho “Eu não quero morrer sem te ver Conselheiro do Tribunal de Contas”. Eu nem sabia o que era tribunal de contas.

Como sempre eu passava de  manhã, de tarde e de noite na casa do meu pai. Um dia na hora do almoço ele está jogando hoje eu vou conversar com Leônidas de Oliveira que é que um conselheiro e esse Leônidas de Oliveira eram afilhados do meu avô e é muito amigo nosso. Então o meu papai foi lá e disse: ”Olha, eu gostaria de saber o seguinte, quando é que você se aposenta porque eu tinha interesse nessa vaga para o João Candido”. Ele respondeu: “Desembargador, eu tenho um ano como conselheiro ainda, mas a vaga é sua desde hoje.”

Era na época que João Elísio era o Governador. Eu fui falar com o João Elísio e ele disse assim “João Cândido, não tenho duvida nenhuma a vaga é sua, ele se aposenta e eu nomeio você”.  Quando Lêonidas aposentou-se eu fui nomeado Conselho do Tribunal de Contas em 1986.

Passaram a falar como um médico como eu, virou conselheiro, mas nos outros estados já havia médicos como conselheiros.

Eu posso afirmar, que não fiz feito, porque desde o momento que você escolhe, bons assessores e que te assessoram bem você, com a experiência que tem, se torna um bom conselheiro.

Foi uma experiência realmente muito interessante,eu já tinha a experiência de secretário do Estado, do Diretor de Hospital de Crianças e depois de Conselheiro.

Em 1999, eu fui para a expulsaria, porque com 70 anos e a gente tem que afastar, mas eu fiquei na Santa Casa, indiscutivelmente mudou a minha vida, eu não podia ficar com as três faculdades , acabei ficando só com a Federal  e deixei os meus assistentes na Católica e na Evangélica e quando eu fui presidente do Tribunal, ai aumentava o serviço eu pedia aposentadoria da Federal do Paraná e fiquei só como Conselheiro e quando eu deixei do Tribunal, eu voltei para a Santa Casa, foi na ocasião que a Santa Casa estava muito mal e foi a fusão com a PUC, que alias foi a pior coisa que aconteceu.

Então três membros da Santa Casa e sete membros dos Maristas, então evidentemente, eles é que mandam na Santa Casa, agora são donos de lá e agora com a Morte do Izeu que era o nosso companheiro, antes era eu, o Izeu e o outro médico com a morte dele eu, eu fui promovido para vice provedor, pois antes era o Izeu. Quando eu fui servir o provedor e estou até hoje do conselho e vise-versa.

Eu me formei em 1953, três anos depois em 1956, foi fundado o Conselho Regional de Medicina, fundado no Hospital São Vicente e era uma junção do Hilton Munhoz, Mario de Alencar e outros Medicos. Como eu estava ali e fiquei com o número 12, depois que o Mario Abreu, Atilá que foram os meus professores, foram se escrever, comentaram comigo “Como é que o João Candido está aqui”.

Hoje dessas coisas curiosas, eu sou o número mais baixo do Paraná, abaixo de mim, não tem nenhum, então já morreram todos. Isso é uma coisa interessante porque quando eu chego em um lugar, principalmente em uma meio médico e digo meu numero, todos se espantam.

Costumava frequentar aos sábados a sauna no Country e surgiram duas candidaturas para presidente do Graciosa. Quando fui convidado a ser vice-presidente do Clube, assim ganhamos a eleição. Acabei sendo duas vezes vice-presidente, duas vezes presidente do conselho e quando fui ao tribunal, tive de renunciar a presidência do clube, se tivesse terminado, teria sido conselheiro nato.

Perdi meu filho do meio devido a um infarto fulminante, o qual morava em São Paulo, sendo a pior coisa que pode existir é perder um filho, desta forma acabei perdendo a vontade de participar ativamente do clube, afastando-me aos poucos, mesmo ainda tendo amor pelo Country.

Fui rotariano, pois meu avô também foi, inclusive foi governador do Rotary. As reuniões eram na hora de almoço, porém minha vida de médico exige atenção em todos os momentos, desta forma pedi demissão do Rotary. Depois fundaram o Lions e ingressei, mas algumas vezes não podia comparecer às reuniões e assim saí deste, ficando pouco tempo. Acabei me identificando mais com o Rotary.

Sou casado com Cleony Pinto Cunha Pereira, três filhos: João Candido Filho, Eduardo, João Francisco e três netos Patricia, Alexandre e Henrique.

Nós somos quatro irmãos e eu sou o terceiro deles. Realizei o curso primário no grupo Barão do Rio Branco e depois o secundário no Marista que ficava localizado na Praça Rui Barbosa. Na hora de decidir qual carreira iria me especializar, eu tive meu avô João Cândido Ferreira para me espelhar.

Ele era Médico e professor e ajudou a fundar a Universidade Federal do Paraná. Além dele, tinha quatro tios que também eram médicos, meu papai que era da magistratura e dois irmãos mais velhos que seguiram o Direito, e como eu não quis seguir o mesmo caminho dos meus dois irmãos resolveram seguir a carreira Médica.

Por coincidência, carrego o nome de meu avô, que foi o maior clínico do Estado do Paraná, além de ser muito respeitado e acatado por todos. Então, decidi cursar Medicina e uma das coisas curiosas, o meu tio era catedrático Otorrino, e sempre me incentivou a seguir para essa área de especialização.

Quando cheguei ao sexto ano da faculdade, um dos adjuntos da cadeira recomendou que fosse para São Paulo realizar uma especialização na nova área de endoscopia per oral com o Médico Arruda Botelho. Mas eu só pensava em me especializar em Otorrino, então, mesmo assim fui para São Paulo, quando estava andando naquela Rua Principal de São Paulo encontrei um médico daqui do Paraná, Lacerda, ele era médico da Beneficência Portuguesa e foi ele que me introduziu na Beneficência Portuguesa, então isso facilitou muito para o inicio da minha especialização.

É uma especialidade que curiosa essa da endoscopia per oral que significa “vendo pela boca”, mas hoje com o progresso da Medicina, pois sou formado há 60 anos, ela desapareceu, porque o Otorrino fica com a parte de laringe, o pneumologista fica com a parte pulmonar, e o gastroenterologista fica com a parte de esôfago e estômago.

Então, ela como especialidade desapareceu, mas eu sempre fiquei na área médica e coincidentemente quando me falaram, ou melhor, me perguntaram do Gasparetto se ele era meu orientador, bom ele era, e quando vim da especialização do curso de São Paulo e cheguei à Santa Casa, o Mário Abreu que era o meu professor de cirurgia pediu para que eu desse uma aula para a turma: “João Cândido, eu quero que você dê uma aula” e eu “Pois não, eu posso dar, sem problema nenhum”.

Ele marcou para o dia seguinte, e quando comecei a falar, não tinha experiência nenhuma de docência, falei por 15 minutos e depois comecei a inventar coisas, mas consegui falar, mas apenas por meia hora, assim, começou a minha carreira Universitária, porque depois eu fui professor de endoscopia e digo sempre, que naquela época você podia, eu era professor da Federal adjunto, na católica e na evangélica, eu fui catedrático das duas cadeiras de Otorrino.

Acabei atendendo todos os Hospitais de Curitiba, com exceção do Hospital Nossa Senhora das Graças, porque já havia um especialista lá, a coisa mais curiosa que eu gosto de contar sempre é dos corpos estranhos, então é por isso que a endoscopia per oral porque se introduzir um tubo rígido uma iluminação digital no centro da garganta pela boca ia passando para a laringe até chegar aos pulmões e lá você encontrava semente em criança pequena, que aspiravam semente de alimento, como feijão, milho tudo, até espinho, mas estou falando mais na parte pulmonar, porque a criança passa a respirar com dificuldades, moeda era muito comum, teve um caso que tirei duas moedas de uma criança só do esôfago, normalmente parava na parte de cima.

Também tirei de bebês. Eu tive um caso e o mais curioso é que o paciente é que ele chegava e dizia “Ai, doutor na hora do almoço eu me engasguei na hora do almoço, mas eu aguentei até agora à noite, agora vim aqui, para o senhor vim me atender, ele não ligava do médico chamar de madrugada, mas ele aguentou firme”.

É como uma mágica, você introduz uma pinça e pronto a criança fica boa, você tirou a moeda e passa a engolir sem problema nenhum. Agora às vezes tinha também complicações, às vezes o corpo é estranho e perfura o esôfago, nisso a coisa complica mais. Tive outro caso, mas esse foi no hospital Militar com um cidadão que não tinha muito contato com família, velho e ele ficou ruim , não engolia, ficou abatido, foi internado e fizeram raios-X, mas não encontraram nada e pediu para dar uma olhada, porque que ele estava com certa dificuldade para engolir e quando eu fiz a laringoscopia e encontrei uma dentadura na parte baixa da laringe. Então, coisas assim curiosas e outra coisa então que você tem que lutar com o cliente que dependendo do tamanho da moeda ela passa e ele elimina sozinho, mas os pais ficam ansiosos que você tome Providência da laxante e eu sempre disse não dá laxante da massa Porque você não sabe o que engoliu e às vezes tem uma ponta. E aí cara como teve um que encravou na saída do reto, palito,espinhos, tudo que você possa imaginar tem.

Se o paciente não for atendido com certo tempo é fatal? Não, ele convive, na verdade alguns conseguem conviver. Uma coisa curiosa, minha cunhada tinha uma empregada que volte e meia tinha uma infecção pulmonar, tratava, melhorava vai melhorar. Aí a mandei na santa casa e internei essa senhora que já tinha filhos, quando eu a examinei ela tinha um corpo estranho no pulmão, uma semente no pulmão que fazia desde moça que ela tinha aquilo lá e que não foi diagnosticado, e ela acostumaram com aquilo, mas estava lá como um ponto de infecção e as infecções eram repetidas.

São curiosas como as coisas acontecem, outra parte também, mas na parte cirúrgica eu sempre tratei de problemas na laringe, de tumores, pólipos e câncer de laringe, tenho até hoje alguns clientes que nós operamos isso há 20 anos, que estão com sobrevida e falando, alguns tiraram a laringe toda e eles aprenderam a falar com vozes ofegantes.  E vive perfeitamente bem, só que vive respirando pelo pescoço e a parte de esôfago é mais séria, os cânceres tem que ser uma cirurgia maior.

Já na parte de professor é muito gratificante, como lecionei nas três faculdades, eu vou aos lugares, agora não lembro, porque não frequento tanto esses lugares, mas eu ia e encontrava: “Você foi meu professor no ano tal, e aprendi isso e aquilo.” Uma coisa que eu gostava, para causar impacto na primeira aula é a criança que toma soda caustica, isso era uma tragédia, felizmente hoje ela não vende mais soda cáustica, mas era comum criança e às vezes adulto, que tomaram a soda cáustica para suicídio e a criança por acaso, porque a empregada estava limpando o chão e ela colocava na boca e queimava. E criava uma má cicatrização de todo o trato do esofágico e a criança não engole.

O tratamento era e é até hoje é esse, mas era muito traumático, pois se coloca uma sonda no estômago para criança passar a se alimentar, para uma criança ou adulto aí você dá um fio para engolir e com aspirador se tira esse fio e você tem uma haste metálica, a ponta flexível e que você põe as olivas que vão aumentando gradativamente Então se passa de cima para baixo o fio dirigindo, era bem traumático e deixava os alunos assustados.

Uma vez fui a um departamento público e perguntaram se me conheciam. “Conhece o professor João?” “Claro, o João foi meu professor”.

E a coisa que mais me impressionou foi às dilatações do esôfago e depois a criança fica boa, depois de tratar seis, sete anos, restabelece com dificuldade, mas restabelece o trato esofágico.

No primeiro governo do Lupion eu fui nomeado diretor do hospital de crianças e com aquelas dificuldade que continua tendo com até hoje, como: falta de verba, falta daquilo. Juntei-me no hospital com grupo de médico, Osvaldo Faria da Costa, Beltrão e mais outro médico, fundamos a Associação Raul Carneiro, esta que hoje tem o Pequeno Príncipe nos tem como os fundadores da associação. Convidamos a Raquel Carneiro que era irmã do Raul Carneiro e ajudou também. E com isso nós tínhamos condições de arranjar dinheiro para poder tocar o dia-a-dia do hospital porque às vezes não tinha verba.

Hoje eles transformaram aquilo lá, hoje ele conta uma história que foi fundada em antes no clube dos 77 do tempo da minha mãe, mas fomos nós e eles contam uma história totalmente diferente essa Associação Raul Carneiro é fruto que se tornou o Pequeno Príncipe. O Hospital das crianças ficava onde é o Cesar Perneta e o Pequeno Príncipe é nos fundos. É interessante porque a gente passou então a ter uma convivência melhor e mais fácil para poder tratar as emergências que já tinha recursos.

Depois eu fui convidado, me lembro de que era João Neves, Deputado João Neves foi nomeado secretário do trabalho e me convidou para ser chefe de gabinete dele, ele depois teve uma doença muito grave e eu fiquei como secretário do trabalho, sem querer por um ano.

Depois retornei para a medicina e fui aumentando cada vez mais o serviço graças a Deus à gente progride e gostava como até hoje eu gosto da Medicina, mas meu pai que era Desembargador ele diz assim meu filho “Eu não quero morrer sem te ver Conselheiro do Tribunal de Contas”. Eu nem sabia o que era tribunal de contas.

Como sempre eu passava de  manhã, de tarde e de noite na casa do meu pai. Um dia na hora do almoço ele está jogando hoje eu vou conversar com Leônidas de Oliveira que é que um conselheiro e esse Leônidas de Oliveira eram afilhados do meu avô e é muito amigo nosso. Então o meu papai foi lá e disse: ”Olha, eu gostaria de saber o seguinte, quando é que você se aposenta porque eu tinha interesse nessa vaga para o João Candido”. Ele respondeu: “Desembargador, eu tenho um ano como conselheiro ainda, mas a vaga é sua desde hoje.”

Era na época que João Elísio era o Governador. Eu fui falar com o João Elísio e ele disse assim “João Cândido, não tenho duvida nenhuma a vaga é sua, ele se aposenta e eu nomeio você”.  Quando Lêonidas aposentou-se eu fui nomeado Conselho do Tribunal de Contas em 1986.

Passaram a falar como um médico como eu, virou conselheiro, mas nos outros estados já havia médicos como conselheiros.

Eu posso afirmar, que não fiz feito, porque desde o momento que você escolhe, bons assessores e que te assessoram bem você, com a experiência que tem, se torna um bom conselheiro.

Foi uma experiência realmente muito interessante,eu já tinha a experiência de secretário do Estado, do Diretor de Hospital de Crianças e depois de Conselheiro.

Em 1999, eu fui para a expulsaria, porque com 70 anos e a gente tem que afastar, mas eu fiquei na Santa Casa, indiscutivelmente mudou a minha vida, eu não podia ficar com as três faculdades , acabei ficando só com a Federal  e deixei os meus assistentes na Católica e na Evangélica e quando eu fui presidente do Tribunal, ai aumentava o serviço eu pedia aposentadoria da Federal do Paraná e fiquei só como Conselheiro e quando eu deixei do Tribunal, eu voltei para a Santa Casa, foi na ocasião que a Santa Casa estava muito mal e foi a fusão com a PUC, que alias foi a pior coisa que aconteceu.

Então três membros da Santa Casa e sete membros dos Maristas, então evidentemente, eles é que mandam na Santa Casa, agora são donos de lá e agora com a Morte do Izeu que era o nosso companheiro, antes era eu, o Izeu e o outro médico com a morte dele eu, eu fui promovido para vice provedor, pois antes era o Izeu. Quando eu fui servir o provedor e estou até hoje do conselho e vise-versa.

Eu me formei em 1953, três anos depois em 1956, foi fundado o Conselho Regional de Medicina, fundado no Hospital São Vicente e era uma junção do Hilton Munhoz, Mario de Alencar e outros Medicos. Como eu estava ali e fiquei com o número 12, depois que o Mario Abreu, Atilá que foram os meus professores, foram se escrever, comentaram comigo “Como é que o João Candido está aqui”.

Hoje dessas coisas curiosas, eu sou o número mais baixo do Paraná, abaixo de mim, não tem nenhum, então já morreram todos. Isso é uma coisa interessante porque quando eu chego em um lugar, principalmente em uma meio médico e digo meu numero, todos se espantam.

Costumava frequentar aos sábados a sauna no Country e surgiram duas candidaturas para presidente do Graciosa. Quando fui convidado a ser vice-presidente do Clube, assim ganhamos a eleição. Acabei sendo duas vezes vice-presidente, duas vezes presidente do conselho e quando fui ao tribunal, tive de renunciar a presidência do clube, se tivesse terminado, teria sido conselheiro nato.

Perdi meu filho do meio devido a um infarto fulminante, o qual morava em São Paulo, sendo a pior coisa que pode existir é perder um filho, desta forma acabei perdendo a vontade de participar ativamente do clube, afastando-me aos poucos, mesmo ainda tendo amor pelo Country.

Fui rotariano, pois meu avô também foi, inclusive foi governador do Rotary. As reuniões eram na hora de almoço, porém minha vida de médico exige atenção em todos os momentos, desta forma pedi demissão do Rotary. Depois fundaram o Lions e ingressei, mas algumas vezes não podia comparecer às reuniões e assim saí deste, ficando pouco tempo. Acabei me identificando mais com o Rotary.

Sou casado com Cleony Pinto Cunha Pereira, três filhos: João Candido Filho, Eduardo, João Francisco e três netos Patricia, Alexandre e Henrique.

Biografia

Médico formado em 1953 pela Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná, nasceu em 14 de novembro de 1929, tendo se especializado em endoscopia per oral na Faculdade Federal de São Paulo.

Exerceu o cargo de professor na Universidade do Paraná, PUC e na Faculdade Evangelica do Paraná.

Foi conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná, membro da Academia de Medicina do Paraná e vice-provedor da Sta. Casa de Misericórdia de Curitiba desde 1953.

Tem três  filhos, João Candido Filho, Eduardo Luis e José  Francisco e os  netos Patricia, Alexandre e Henrique.

É casado, desde 1956, com Cleony Pinto Cunha Pereira.

 

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