José, Zequinha, Zezinho, Zezito, Zeca, JD, José Dionísio, Dionísio, Rodrigues, Bigode, Português e José Dionísio Rodrigues.
Português, natural de Travanca do Mondego, Concelho de Penacova, Distrito de Coimbra, Província da Beira Litoral, Portugal.
Nasci em 19 de março, na hora da missa matinal da Igreja de São Sebastião da Freguesia de Travanca. Dia Santo, dia de São José. E, também, Dia dos Pais em Portugal.
Meu pai, Alexandre Rodrigues, nascido em 1919, era um homem de fé e coragem. Foi um pequeno agricultor em Travanca do Mondego, Portugal, até 1953. A partir desse ano, já no Brasil, tornou-se comerciante de “secos e molhados” em Floraí e Araruna, norte do Paraná. A recomendação paterna era: “Encoste a barriga no balcão, escute bem, sinta e respeite o cliente, seja proativo, faça sempre muito bem o que precisa ser feito e apoie a comunidade.”
Minha mãe, Maria da Assunção, nascida em 1923, era uma mulher de fibra, determinada e já empoderada em 1950. Até 1957, foi uma pequena agricultora em Travanca do Mondego e, a partir desse ano, tornou-se comerciante em Araruna, Paraná, Brasil. A recomendação materna era: “Deus em primeiro lugar, harmonia na família e não dê os passos maiores do que as pernas.”
Estudei até o 3º ano do 1º grau em Travanca do Mondego, ainda no tempo em que mais de três erros gramaticais em “ditados”, evidentemente na minha língua portuguesa, geravam algum constrangimento perante todos os colegas: a professora aplicava algumas “palmadas” com a então famosa palmatória. A gente aprende e nunca esquece.
Aos 10 anos de idade, em 1957, vim para o Brasil com minha mãe, Maria, minha irmã, Maria Adília, 8 anos, e meu irmão Antônio Jerônimo, 5 anos.
Meu pai, que já tinha vindo para cá em 1953, estava nos esperando no Porto de Santos, São Paulo, vestindo terno completo e chapéu escuro. Impecável e saudoso!
“Olha lá o pai”, gritei eu para meus irmãos e minha mãe, debruçado sobre o corrimão do Vera Cruz, navio de 180 metros de comprimento que nos trouxe, em segurança, do Porto de Lisboa até aqui, durante 11 dias de viagem.
Dali, fomos de carro para São Paulo, capital, e em seguida de trem da Estação da Luz até Maringá, na ocasião, ainda uma jovem e promissora cidade do norte do Paraná.
De Maringá, fomos de jipe para Araruna, por estradas de barro vermelho, e cruzamos o Rio Ivaí de balsa.
Araruna! Comercial Pratas era o nome do armazém de secos e molhados. Foguetes e espumante para celebrar a chegada. Charretes e cavalos na frente da loja. Caminhões chegando a toda hora, com famílias inteiras, esperançosas de uma vida melhor nas plantações de café, nesta terra do arenito Caiuá.
Com sotaque lusitano em terras brasileiras, recomecei os estudos. Fiz o 3º ano do 1º grau de novo, porque precisava aprender um pouco de Geografia e História do Brasil. Português e Matemática, nenhum problema.
Concluídos os quatro anos do 1º grau, lá fui eu morar em São Paulo, Vila Romana (Lapa), na casa de meus tios, para continuar a minha formação escolar: Colégio Campos Sales – da Admissão ao Ginásio e o primeiro ano. Foi um ano de novos desafios e passeios de bicicleta até o Parque Antártica. Mas nem isso me tornou palmeirense; virei corintiano no dia em que fui assistir a um jogo do Coringão lá no Parque São Jorge. Sofredor, até hoje, na hora dos pênaltis.
Moleque, jogos de betes e de futebol no meio da Rua Camilo, morando na casa dos tios, não deu outra: muita agitação! Melhor mesmo era ir para um internato em Irati, no sul do Paraná. Sábia decisão de meus queridos pais.
E, ali, no Colégio São Vicente de Paula, estudei até o último ano do então Ginásio.
Aproveitei cada minuto desses três anos (1961 a 1963). E, na conclusão do curso, fui o orador da turma, para orgulho de meu pai e minha mãe, sempre presentes.
E agora?
Mudei-me para Assis, Estado de São Paulo, para estudar no Colégio Diocesano (semi-internato). À tarde e à noite, ficava no Diocesano; pela manhã, cursava o 1º ano do que se chamava Científico, no Instituto de Educação de Assis. Em 1965, a professora de inglês nos informou que o American Field Service (hoje, AFS do Brasil), programa de intercâmbio estudantil, estava selecionando jovens entre 16 e 18 anos para viver e estudar nos EUA.
Participei da seleção e, para minha surpresa, fui selecionado.
De repente, o Zequinha de Travanca do Mondego, o Português de Araruna, de Irati e de Assis, tornava-se o Joe de Farmington, Illinois, terra de Lincoln, e da fria e bela Chicago.
Um dos melhores anos da minha vida!
O curso de oratória, que eu tinha feito com o querido e saudoso padre Marcelo Motta Carneiro, em Irati, foi muito útil nas palestras que proferi em Farmington sobre Portugal e Brasil.
Apesar da pobreza do meu futebol (soccer), consegui um lugar no time de football americano da Farmington Community High School como kicker de extra points e de field goals. Sucesso! Alegria! O Farmington Farmers (nome do time) tinha, finalmente, um soccer style kicker! E terminamos o ano como campeões da liga das High Schools da região (Illio Conference Champions 1965).
De volta ao Brasil, em agosto de 1966, após concluir o Senior Year na Farmington High School, fui para Araruna. Um ano sem ver meus pais, irmão e irmã, amigos brasileiros e parentes. Saudades, muitas saudades da família, em uma época em que, ainda, a gente só se correspondia por carta.
E agora, o que fazer?
os EUA, meu teste vocacional deixou muito claro: concentração máxima em Humanas. Para quem pensava em ser engenheiro químico, nada de Exatas!
E lá vim eu para Curitiba – já que minha mãe me aconselhou que era melhor vir pra cá, por ser mais perto de Araruna do que São Paulo.
Jornalismo, Universidade Federal do Paraná, 1967.
Iniciei estágio no jornal O Estado do Paraná logo no primeiro ano do curso. Só talentos ao meu redor: João Feder, Mussa José Assis, Gilberto Ricardo dos Santos, Aderbal Fortes, Aramis Millarch, Luiz Júlio Zaruch, Gilberto Grassi, Geraldo Russi.
Mas, em 1968, o professor de Jornalismo Comparado da UFPR, Percy Moro, convidou-me para fazer parte da reportagem da Gazeta do Povo, onde tive oportunidade de conviver com mais talentos do jornalismo paranaense e brasileiro. Entre eles: Dr. Francisco Cunha Pereira Filho, D’Aquino Borges, Antônio Nunes Nogueira, Celso Nascimento, Rafael de Lala Sobrinho, Clemente Comandulli, Luís Dohms e Luís Nunes Moreira.
De estagiário no jornal O Estado do Paraná, de repente, virei repórter de setor, repórter geral e editor de notícias internacionais. Teletipos, radiofotos, calandras e rotativas.
Nesse mesmo ano, conheci Marília Helena Martins Havro, em uma viagem à Ilha das Gamelas, litoral paranaense, com professores e alunos do curso de Geografia.
Foi amor à primeira vista. Romântico, não deixei escapar a geógrafa. E, em 1970, o casamento ocorreu no dia 19 de outubro. Por coincidência, mais um número 19 em minha vida: meu pai nasceu em 1919; eu, em 19 de março; Marília, em 19 de junho; o casamento, em 19 de outubro. Passamos nossa lua de mel em Caxias do Sul, Gramado, Canela, Porto Alegre, Canoas, Camboriú e Guaratuba.
A vida de casado exige mais energia, em todos os sentidos. E, a convite do jornalista Rafael de Lala, fui ajudar a montar o telejornalismo na Rádio e Televisão Paranaense, empresa de comunicação mais conhecida por Canal 12, recém-adquirida na época pelo Dr. Francisco Cunha Pereira Filho.
Outro meio, outro estilo de linguagem, outra velocidade, e mais aprendizado: estágio na Rede Globo de Televisão, no Rio. Só gente muito competente, como Walter Clark, Boni, Armando Nogueira, Alice Maria. Um supertime de talentos!
Em 1969, o incansável Rafael de Lala ainda achou tempo para criar a ADM Serviços de Imprensa (empresa de assessoria de imprensa) e fui convidado para trabalhar com ele. Não era nada fácil conciliar todas as atividades – Gazeta do Povo, Canal 12, nova empresa, casamento. Eram 12, 14, 16 horas de trabalho por dia, inclusive em muitos finais de semana.
Em 1972, eu e o Rafael de Lala criamos a Soma Propaganda, que depois, em 1974, teve o nome alterado para Opus. Finalmente, em 1986, em fusão com a Múltipla Propaganda e Pesquisa, empresa dos publicitários Desidério Máximo Pansera e Gilberto Ricardo dos Santos, nasceu a OpusMúltipla. No ano da fusão, o Rafael optou por manter a sua carreira original de jornalista, e eu abracei completamente a publicidade.
Logo percebi que o mercado exigia mais do que assessoria de imprensa, relações públicas, publicidade e propaganda. Decidimos, então, criar uma Unidade de Comunicação Dirigida, embrião das empresas que formam hoje o Grupo OM Marketing e Comunicação: OpusMúltipla Ideias que Funcionam – agência especializada em publicidade e performance de mídia on e offline; Brainbox Design for Business – consultoria de branding e design, especializada em branding, design de embalagens e comunicação para o ponto de venda; HouseCricket Digital Direct – empresa de engajamento, especializada em programas de relacionamento, fidelidade, incentivo à força de vendas, comunicação digital e gestão de redes sociais; Tailor Media Content & Ad Networks – editora e produtora de conteúdo customizado para marcas; e Senso Omnichannel Strategy – consultoria especializada em planejamento, implantação e gestão de canais de venda on e offline. Essas empresas foram viabilizadas graças ao empenho de meus dois filhos Rodrigo Havro Rodrigues e José Henrique Havro Rodrigues e dos novos sócios: Renato Cavalher, Fabiano Cruz, Patrícia Tavares, Ludger Tamaoki, Leonardo Lazzarotto e Renato Vertemati.
Em 2017, realizei mais um sonho: o Grupo OM Marketing e Comunicação criaram o Instituto J.D. Rodrigues, focado em pesquisa e difusão de estratégia, marketing e comunicação integrada. Uma promessa que eu tinha feito quando recebi o título de Publicitário da Década, concedido pelo Prêmio Colunistas de Propaganda do Paraná.
Nesses 52 anos – de 1967 a 2019 – muita coisa mudou em nossa atividade de comunicação. Novos desafios, que exigem o talento digital dos jovens e a experiência offline dos jurássicos.
Está dando certo. E, apesar dos pessimistas, continuo acreditando que sempre haverá espaço para gerar “ideias que funcionam”. Resultados a curto prazo; construção de marca e valor a médio e longo prazos. Sempre fazer bem feito o que precisa e deve ser feito. Comunicação que funciona.
Minhas principais realizações em 72 anos de vida:
Familiares: casado com Marília Helena Havro Rodrigues desde 1970, temos três filhos maravilhosos: Rodrigo Havro Rodrigues, mestre em Administração de Empresas pela PUCPR, presidente da Opus Múltipla; José Henrique Havro Rodrigues, designer pela PUCPR, com MBA em Marketing pela FGV, presidente da Brainbox; Camila de Fátima Havro Rodrigues Guedes, bióloga pela PUCPR, com pós-graduação em Marketing pela UNIFAE-PR e especialização em Marketing pela UCI – University of California, em Irvine, EUA, supervisora de Comunicação do Grupo OM. Cinco netos: Sofia, Helena, Guilherme, Bruno e Nicolas.
Pessoais: graduado em Jornalismo pela UFPR, pós-graduado em Administração de Empresas pela FAE/PNTE/PPTE e especializado em Marketing de Varejo pela ESPM.
Profissionais: jornalista profissional, publicitário, empresário, sócio e cofundador da Soma Propaganda, em 1972 (em 1974, a Soma passou a chamar-se Opus Propaganda), sócio e cofundador da OpusMúltipla, em 1986, e sócio-fundador do Grupo OM – Comunicação Integrada, em 2010. Apoiei e coordenei projetos de comunicação que ajudaram empresas e marcas a cumprirem seu papel econômico e social. Posso citar, por exemplo: Kid Malu (Malucelli da Visconde); Trânsito – Bichos (Prefeitura Municipal de Curitiba); Maquiagem – lançamento de linha (O Boticário); Está Chovendo Dinheiro na Rua José Loureiro (Paraná Financeira); Índio Boa Vista (Óticas Boa Vista); Projeto Farroupilha (O Boticário); Perfume Malbec – lançamento (O Boticário); diversas campanhas e projetos para Frimesa; Marisol, Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre; Docol; Indústrias Condor; Lojas Universal; Shopping Mueller; Unimed Londrina; e Móveis Campo Largo.
Comunitárias: presidente do Sinapro – Sindicato das Agências de Propaganda do Estado do Paraná (1998/2000); presidente da Comissão de Elaboração do Livro História da Propaganda do Paraná; diretor Regional Sul da Alap – Associação Latino-Americana de Publicidade; Conselheiro da Câmara de Comércio Brasil-Portugal.
Premiações: Publicitário do Ano, em 1983, 2001 e 2010; Publicitário da Década, em 1985; e Publicitário dos 30 Anos, em 2006 (Prêmio Colunistas do Paraná); Publicitário Latino-Americano do XIV Festival Mundial de Publicidade de Gramado, em 2003; Prêmio Comunicador Solidário, em 2003 (PUCPR); Prêmio Semeador da Propaganda do Paraná, em 2004 (Sinapro); e Profissional de Comunicação no Prêmio Abrace Esta Causa, promovido pelo Grupo Lúmen de Comunicação.
Sonho: paz, harmonia, justiça social, solidariedade e fraternidade universais!
Biografia
Nascido em Travanca do Mondego, Portugal, em 19 de março de 1947. Filho de Alexandre Rodrigues e Maria de Assunção. Naturalizado brasileiro em 1975. Casado com Marília Helena Havro Rodrigues.
Filhos: Rodrigo Havro Dionísio Rodrigues, José Henrique Havro Dionísio Rodrigues e Camila de Fátima Havro Dionísio Rodrigues.
FORMAÇÃO ESCOLAR
Graduado em jornalismo pela UFPR em 1970
Pós-graduação em Administração de Empresas pela FAE/PNTE/PPTE.
Especializado em Marketing de Varejo – ESPM
DADOS PROFISSIONAIS
Jornalista Profissional/ DRT 473/04/37-PR.
Repórter de “O Estado do Paraná” de 67 a 68.
Redator da Televisão Paranaense Canal 12 em 72.
Repórter e redator da “Gazeta do Povo” de 68 a 75.
Sócio fundador da Opus em 72.
Sócio fundador da OpusMúltipla em 86.
Diretor-Presidente do Grupo OM de Comunicação Integrada, composto pelas empresas: OpusMúltipla Comunicação Integrada S.A., House Cricket Inteligência Digital e Brainbox Design Estratégico.
Ex-Presidente do SINAPRO – Sindicato das Agências de Propaganda do Estado do Paraná – 1998/2000
Vice-Presidente do SINAPRO – Sindicato das Agências de Propaganda do Estado do Paraná – 2000/2002.
Diretor Financeiro do SINAPRO – Sindicato das Agências de Propaganda do Estado do Paraná – 2004/2008.
Vice-Presidente e responsável pelo Capítulo Paraná da ALAP (Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade).
Ex-secretário do Capítulo Paraná da ABAP (Associação Brasileira de Agências de Propaganda) – Gestão 2003/2005.
Vice-presidente da Câmara Portuguesa de Comércio do Sul do Brasil/2004.
Presidente da Comissão de Elaboração do Livro História da Propaganda do Paraná.
PREMIAÇÕES
Publicitário do Ano em 1983, 2001 e 2010 – Prêmio Colunistas do Paraná
Publicitário da Década em 1985 – Prêmio Colunistas do Paraná
Publicitário do Ano pelo Senap (Serviço Nacional de Pesquisas de Opinião Pública) – 1998
Publicitário Latino-Americano do XIV Festival Mundial de Publicidade de Gramado em 2003
Prêmio de “Comunicador Solidário 2003” na categoria especial profissional/TUCA-PUCPR – nov/2003
Prêmio Semeador da Propaganda do Paraná pelo Sinapro em 2004
Publicitário dos 30 anos – Prêmio Colunistas do Paraná – 2006
Profissional de Comunicação no Prêmio Abrace Esta Causa, promovido pelo Grupo Lúmen de Comunicação.
ARTIGOS PUBLICADOS
“Administrar a informação, o caminho para o sucesso”
“Você sabe com quem está falando?”
“Ainda está em moda encostar a barriga no balcão”
“Negociar sim, mas com inteligência”
“Construir marcas e mercados. O grande desafio dos profissionais de Marketing e Comunicação”
“Cobertor é curto. O que fazer?”
“Indefinições não constroem marcas”
“Afinal, ainda há lugar para as agências de propaganda regionais?”
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Boa Tarde Dionisio eu sou o Osvaldo Ribeiro Trabalhamos Junto na Editôra o Estado do Parana se lembra de mim na época eu era Motorista nós saia fazer reportagem depois abrir as Sucursais no Norte Londrina e Mariga e Ponta Grossa depois Passei a Jornalista Provisionado Repórter Fotogràfico depois fui Trabalhar na Fúdepar ai fui pro Palacio fiquei 30 Anos e Agora já faz 21 Anos que estou na Assessoria de Imprensa da Secretária da Segurança Publica como Repórter Fotográfico o meu Filho é Publicitario espero que tambem vença na Publicidade é meu Desejo o nome dele é Wilson Antonio Ribeiro no mais desejo tudo de bom para você e sua Familia Osvaldo Ribeiro 9628-2317.
Caríssimo Osvaldo, boa tarde
Maravilha! Vivemos grandes momentos profissionais naquela época!
Seu filho tem prestado excelentes serviços aqui no Grupo OM.
Sem dúvida, um profissional de talento e de grande valor.
Abração para você e sua família.
José Dionísio Rodrigues