Dino José Bronze de Almeida (1994 – Memória Viva) Jornalismo – São Francisco do Sul – Santa Catarina

“Neste 19 de março dia de São José de Nazaré esposo de Maria e pai de Jesus Cristo lembranças do companheiro, amigo e colega José Esmeraldino Bronze de Almeida – Dino Almeida o colunista social mais famoso do jornalismo paranaense em todos os tempos. As recordações em torno do competente e humano profissional surgem porque em todos os anos ele liderava a divulgação da missa dos Josés na Catedral Basilica de Curitiba. Diante a divulgação o número de participantes no encontro de fé era grande. Ao final da missa todos os Josés eram chamados ao altar para uma benção especial. Era um encontro aguardado com expectativa por todos os Josés, Depois da morte de Dino a missa seguiu, mas sem o mesmo apelo popular dos seus tempos.
Recordo o entusiasmo de Dino em torno do dia de São José e da missa que ele idealizou. Além da divulgação por sua coluna na Gazeta do Povo a mais visitada do jornal naqueles tempos, não só pelo pessoal da alta sociedade e sim por todos os setores.pois abordava assuntos variados e sempre trazia campanhas em apoio a pessoas e entidades carentes visava todos os Josés que conhecia para que lá estivessem. Era mesmo um acontecimento.
Lembro que me telefonava semanas antes do evento pedindo que o divulgasse em programas de rádio e televisão. Pedia também o apoio de outros companheiros de veículos de comunicação e assim compareciam Josés não só de Curitiba, mas de diferentes cidades. Em função destes detalhes reproduzo à seguir uma matéria que fiz há tempos sobre Dino Almeida”.
O TEXTO
“Esmeraldino José Bronze de Almeida, um catarinense de São Francisco de Assis, deixou seu nome marcado na história do jornalismo paranaense como o seu mais destacado colunista social. Começou no Diário do Paraná e diante do sucesso foi contratado pela Gazeta do Povo.
No mais tradicional jornal paranaense se tornou celebridade em nossos meios de comunicação e suas promoções eram das mais concorridas e respeitadas. Uma delas fez com que o balneário Caiobá, em Matinhos, se tornasse conhecido.
“A Garota de Caiobá” era uma das mais esperadas festas de nossa sociedade, pois trazia grandes atrações do mundo artístico. Os maiores nomes eram convidados especiais. Lindas jovens da alta sociedade ganharam o titulo dos movimentados concursos “Garota de Caiobá”. Empresas de porte patrocinavam o encontro que premiava com ótimos presentes as vencedoras, bem como demais participantes.
Outra que me tocou profundamente foi a homenagem a São José, com a realização de uma missa especial no dia do santo na Catedral Metropolitana de Curitiba. Em determinado dia recebo um telefonema e o Dino, informando estar organizando a primeira missa dos “josés” me convidando a participar da mesma.
Durante vários dias divulgou e convidou os “josés” a participarem do evento e quando chegou o dia de São José, às 19 horas o horário da missa a igreja estava praticamente lotada. Os “josés” foram convidados a chegar até o altar e este quase que foi tomado totalmente. Lá estavam “josés” famosos, médicos, advogados, engenheiros, professores, jornalistas, radialistas, políticos, trabalhadores de diferentes setores, enfim de todos os seguimentos da sociedade. Este encontro é mantido até hoje, mas não tem mais a mesma participação que tinha quando Dino Almeida, o liderava através a coluna pela Gazeta do Povo.
O encontro anual dos nativos de São Francisco do Sul, residentes em Curitiba, liderado pelo Dino, nascido naquela bela cidade catarinense, era frequentadissimo. Além dos nascidos ou ex moradores, também participavam proprietários de casas e convidados especiais. Este encontro tinha como destaque a tainha, como prato principal. Acontecia sempre na temporada da tainha. Muita gente de São Francisco do Sul, inclusive o prefeito da cidade vinha a Curitiba, prestigiar o evento.
Ao fundo de todas as promoções havia o foco social com arrecadação em prol de entidades assistenciais. Cito apenas três das inúmeras iniciativas do colunista Dino Almeida, que durante anos mobilizaram a sociedade paranaense.
O jornalista também se destacou por campanhas filantrópicas em favor de entidades assistenciais e até mesmo pessoais. Era um homem de coração boníssimo. Para comprovar isto vou relatar o que ouvi de Milton Rui Fortunato, jornalista, radialista e escritor, conterrâneo de Dino e que ingressou na Gazeta do Povo, no mesmo dia que ele.
Milton, já não trabalhava mais no jornal quando sentiu problemas na vista esquerda e numa consulta o médico oftalmologista, lhe deu uma triste notícia de que corria o risco em perder a vista e que só poderia ser salva diante de complicada cirurgia. Além de complicada, cara.
Fortunato ficou abalado com aquilo e dias depois um encontro com Dino e este observando o comportamento do parceiro lhe questionou sobre o que estava acontecendo? Fortunato explicou a razão de estar macambúzio e Dino ouviu, disse algumas palavras de consolo e seguiu.
Uma semana depois Fortunato recebeu telefonema, pedindo que entrasse em contato com o Dino, pois ele precisava lhe falar com urgência. Fortunato, foi ao encontro do companheiro e ouviu do mesmo que deveria procurar a clinica para marcar a cirurgia que uma empresa se propusera a paga-lá. Assim a operação foi feita e até hoje Milton Rui Fortunato, está enxergando com a vista esquerda.
Atitudes como estas eram costumeiras por parte de Dino Almeida. Em algumas das muitas campanhas que realizei através programas de rádio e televisão para favor pessoas necessitadas deste ou daquele tipo de apoio, bem como entidades como o Lar dos Meninos do Xaxim, do qual fui fundador e presidente durante anos o Dino, em várias oportunidades ajudou. Era mesmo de um coração boníssimo.
Mesmo vivendo em sociedade, Dino, era um homem simples, comunicativo e companheiro. Quando participei de campanhas políticas me incentivou e depois quando no exercício dos mandatos de vereador e deputado estadual, divulgava minhas ações e sempre me incentivava.
Mais tarde ele foi eleito vereador e na Câmara Municipal de Curitiba, teve uma atuação destacada e voltada para as pessoas precisadas de apoio e atenção. Foi um bom vereador e deixou sua marca na história da cidade. Hoje tem um prêmio com o seu nome que homenageia profissionais de imprensa que se destacam em suas atividades.
Ao falar de Dino Almeida, não posso deixar de citar Pedro Américo, meu amigo de infância dos tempos do Aimoré, com campo onde depois a TELEPAR construiu a sua sede e até companheiro. Lembro de em determinado dia encontrar o Pedro e ele triste com dificuldade para falar informava que o estado de saúde do Dino, era difícil, muito difícil. Pedro Américo, também colunista social foi fiel escudeiro de Dino Almeida, até o seu ultimo dia. Dificilmente a nossa imprensa terá um colunista social de tanto sucesso como Dino Almeida. A ele onde estiver, aquele abraço e aplausos por tudo que realizou”.
José Domingos Borges Teixeira
(Zé Domingos)

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